Partidos esperam gastar o que podem na reta final

Depois de dois meses com baixa arrecadação de recursos para campanha, os comitês financeiros de candidatos à sucessão estadual apostam num aumento de doações a partir de agora, na reta final do período eleitoral. À exceção da campanha de reeleição do governador Roberto Requião (PMDB) que arrecadou R$ 3.161.0196,83, conforme a segunda prestação parcial de contas, os candidatos Osmar Dias (PDT), Flavio Arns (PT) e Rubens Bueno não tiveram receitas expressivas. A soma de receitas obtidas por esses três candidatos – cerca de R$ 1,785 milhão – equivalem a 56% do valor arrecadado por Requião.

O tesoureiro da campanha do senador Osmar Dias (PDT), vereador Jorge Bernardi (PDT), é um dos que acredita ser possível melhorar a arrecadação nas próximas semanas, para efetivamente colocar a campanha na rua. ?Até agora arrecadamos R$ 1,170 milhão, cerca de dez por cento do teto de R$ 11 milhões previsto no início da campanha?, disse. Segundo Bernardi, desde o início o partido sabia que a campanha seria ?franciscana?.

O presidente do comitê financeiro da coligação do candidato Rubens Bueno (PPS), Jorge Gomes Rosa Filho, espera que a arrecadação, que até agora somou R$ 108 mil, possa dobrar. Ele afirmou que conversas com empresários iniciadas em julho e em agosto devem trazer resultados nas próximas semanas. ?Não é fácil obter doações, mas nossa campanha está sendo modesta. O teto de gastos de campanha de Bueno registrado no TRE foi de R$ 6 milhões.

Na avaliação do presidente do comitê financeiro do PT, Pedro Paulo Costa, a previsão do partido também é que haja crescimento na arrecadação. ?É difícil prever, mas a arrecadação deve crescer um pouco mais. Se necessário, iremos promover jantares e outras atividades para aumentar o volume de recursos?, afirma. O valor máximo de gastos da campanha para governador do senador Flávio Arns (PT) registrado na Justiça Eleitoral foi de R$ 6,5 milhões, mas até a segunda prestação parcial de contas houve a entrada de R$ 506 mil em doações.

A única campanha para a sucessão estadual que não tem sofrido escassez de recursos é a de Requião e, segundo o coordenador financeiro de campanha do governador, Milton Buabssi, até o fim das eleições o valor das arrecadações pode superar os R$ 5 milhões. Buabssi entende que até o momento os outros partidos arrecadaram muito pouco, mas acredita que a tendência é que isso agora seja revertido.

Gastos

Na segunda declaração parcial de prestação de contas dos candidatos ao governo do Estado, Requião foi também o que mais despesas teve. O governador gastou R$ 1.671.181,66 na campanha, enquanto que Osmar teve gastos da ordem de R$ 840 mil. Arns teve R$ 281.519,98 em despesas e Bueno, R$ 90.850.

Contas

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foram recebidas 514 prestações de contas, de um universo de 840 candidatos registrados. Esse número de documentos encaminhados à Justiça Eleitoral representa 61% do total de candidatos. O TRE acredita que muitos deles podem ter apresentado suas contas em conjunto com as dos comitês de partido, o que, conforme a Justiça Eleitoral, não é o correto. Todos os candidatos ao governo do Estado e ao Senado apresentaram suas contas. A assessoria do TRE informou que não há punição específica para os candidatos que não as entregarem, mas o fato pode servir de elemento para eventuais ações de abuso de poder econômico nas eleições. 

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