Oposição quer depoimento de Mantega sobre vazamento

O ex-servidor do Palácio do Planalto Demetrius Sampaio Felinto encaminhou hoje ofício ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), solicitando adiamento de seu depoimento em razão de ameaças que teria sofrido.

Na mesma sessão, também era esperada o depoimento do corregedor da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D’Avila, para explicar o vazamento de sigilos de tucanos ligados ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra. O corregedor havia dito ontem que não compareceria em razão de a investigação correr em segredo de Justiça.

Irritado com as ausências, o vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), apresentou requerimento no qual pede a convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para explicar o vazamento dos sigilos de tucanos.

“O sistema é vulnerável e nenhuma providência é tomada”, disse Dias. “O governo fala em balcão para venda de dados e nada acontece, o secretário não é demitido, o corregedor não é demitido, o presidente não se pronuncia.”, afirmou. “É um governo que abriga marginais em seus subterrâneos”, prosseguiu o tucano.

Felinto afirmou em entrevista à revista Veja ter cópia da fita que comprova encontro entre a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. No encontro, Dilma teria pedido a Lina que não fosse feita investigação da família Sarney. Dilma nega o encontro.

Na carta encaminhada a Demóstenes, Felinto se dispõe a comparecer em audiência fechada e promete “esclarecer toda a verdade”. Demóstenes disse que vai tentar ouvi-lo em sessão reservada até a próxima quinta-feira, quando termina o último esforço concentrado do Senado antes das eleições de outubro.