MP tenta quebrar a espinha da corrupção

“O que você tem a ver com a corrupção?” Esse o mote da campanha lançada hoje no Estado, que pretende fazer com que as pessoas reflitam sobre o seu comportamento no dia-a-dia.

O procurador-geral de justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, defende que uma postura ética rígida, desde os atos mais simples, podem levar o País a uma postura geral mais séria e combativa frente à corrupção em todos os níveis da administração pública.

A intenção da campanha é fazer com que as pessoas repensem sobre as atitudes que costumam tomar diariamente. Aí entram questões muitos simples como jogar papel no chão, furar a fila do cinema e não devolver objetos perdidos aos seus donos. Uma nação que não vê nenhum problema neste tipo de comportamento, acaba sendo tolerante com problemas mais sérios.

“Nossa participação se dá no sentido de mostrar à população, sobretudo às crianças e adolescentes, que é fundamental ser honesto. Que essa é a melhor maneira, inclusive de lutar contra injustiças maiores, especialmente as sociais, que comprometem a vida de todos”, afirma o procurador-geral.

A campanha é uma iniciativa da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) em parceria com o Conselho Nacional dos Procuradores Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União (CNPG) e agora conta com o apoio do Ministério Público do Paraná e da Fundação Escola do Ministério Público.

Olympio de Sá Sotto Maior Neto diz que a intenção do MPE é transformar todos os promotores e procuradores de justiça em agentes mobilizadores do projeto. “O representante do MP deve fomentar a idéia de que uma ação positiva no cotidiano de cada um reflete positivamente a comunidade como um todo. Com ações deste tipo, damos uma resposta a essa cultura de levar vantagem que, lamentavelmente, é comum em nossa sociedade”, diz.

A campanha será lançada hoje à noite na sede do Ministério Público. Mas as atividades começam pela manhã com a apresentação de experiências positivas no combate à corrupção.

O subprocurador-geral de justiça para Assuntos de Planejamento Institucional do MP-PR, Bruno Sérgio Galatti, por exemplo, falará sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar as candidaturas de políticos chamados de “fichas-sujas”, fazendo relação entre esse fato e sua experiência à frente da Promotoria do Patrimônio Público de Londrina.

Durante a tarde serão realizadas oficinas de trabalho com o objetivo de reunir sugestões dos membros do MP e de outros setores da sociedade para o combate à corrupção.

Ontem, agentes do MP participaram de curso de aprimoramento sobre o tema fraudes em licitações e contratos administrativos, ministrado por Mário Vinícius Claussen Spinelli, gerente da Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas da Controladoria-Geral da União.