Mantega diz que diante de pneumonia nos EUA, Brasil sofre com pequeno resfriado

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira (16) que o comportamento da economia brasileira diante da atual crise inflacionária e financeira mundial demonstra o sucesso das políticas econômicas nacionais. Segundo ele, medidas tomadas pelo governo contribuíram para que o Brasil sofresse menos com a alta global dos preços de alimentos e das commodities (bens primários com cotação internacional) e com a instabilidade da economia norte-americana.

No passado, quando havia uma crise como essa, um choque no petróleo, uma crise de commodities, imediatamente uma onda inflacionária varria o pais e éramos levados estagnação, lembrou o ministro. Hoje as coisas se inverteram. Diante de uma pneumonia nos Estados Unidos, nós sofremos apenas com um pequeno resfriado.

De acordo com Mantega, o aumento do superávit primário, as altas na taxa básica de juros e as restrições concessão de crédito impostas pelo Banco Central (BC) fazem com que a inflação no Brasil se mantenha abaixo dos índices verificados em outros países.

Ainda segundo o ministro, essas medidas restritivas não comprometerão o crescimento do país. O crescimento vai continuar a despeito desses problemas, que atribuo economia mundial, e, economia brasileira, em menor escala.

Mantega participou nesta segunda-feira (16) de uma cerimônia de homenagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela obtenção do grau de investimento pelo Brasil, realizada no Espaço Bovespa, em São Paulo. Em seu discurso, o ministro disse que o crescimento do mercado de capitais nos últimos anos contribuiu para a mudança nos níveis de crescimento da economia.

"Até o ano 2000, o Brasil crescia, em média, 2,5% ao ano. Nos últimos quatro anos, nós mudamos de patamar. Entramos no patamar de crescimento de 5% ao ano", destacou. "Isso não teria sido possível sem a colaboração do mercado de capitais, das bolsas de valores".

Mantega afirmou que o mercado de ações e derivativos tem apresentado números extremamente fantásticos desde 2002: o valor das empresas em bolsa passou do equivalente a 29,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 98,2% do PIB; o número de pessoas físicas que investem em bolsa aumentou de 88 mil para 480 mil; e cerca de 100 empresas ingressaram no novo mercado.

Para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que também compareceu ao evento, a obtenção do grau de investimento é importante para o país. Segundo ele, o Brasil agora tem, de fato, o respeito de agências e analistas internacionais.

Meirelles também afirmou que o comportamento da economia nacional durante a crise é exemplar e mereceu destaque na imprensa internacional. Recentemente o jornal francês Le Monde apontou o Brasil como um exemplo a ser seguido, principalmente pelos EUA, afirmou o presidente do BC, em discurso.

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