Luiz Carlos Hauly diz que a receita aumentou, mas gastos do governo do Estado também

O secretário estadual da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, classificou como “fajuta” e “simplória” a análise das contas do estado feita pelo líder da oposição, Enio Verri, que acusou o governo de conter despesas agora para gastar em 2012, ano eleitoral. “A arrecadação aumentou porque estamos trabalhando direito e muito. Mas a despesa também aumentou”, disse o secretário.

O aumento da receita foi consumido pelo crescimento da folha de pagamento de pessoal e pelos restos a pagar, deixados pelo governo anterior, disse Hauly. O gasto com os salários aumentou 14,45%, afirmou o secretário, informando que o governo também pagou R$ 3269 milhões em dívidas herdadas do ano passado. Além disso, o secretário citou que também cresceram as despesas de custeio.

Hauly garante que não há dinheiro sobrando em caixa. “Vai ser um apuro desgracido pagar o 13º salário. Nós estamos pagando todos aqueles aumentos de salários que a Assembleia aprovou para todos os Poderes”, afirmou o secretário, acrescentando que a despesa com pessoal costuma ficar, em média, entre 4 a 5 pontos acima da receita anualmente.

O governo do estado está buscando empréstimos externos, informou Hauly. Está em fase de negociação de um empréstimo de US$ 70 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Outros R$ 250 milhões estão sendo buscados no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sem contar os R$ 120 milhões requisitados para os investimentos necessários à realização da Copa do Mundo de 2014.

“A situação é equilibrada. Nós estamos pagando as contas, mas não sobra para investimentos”, declarou o secretário. A previsão do governo é que o estado recupere sua capacidade de investimento a partir de janeiro do próximo ano. “Nós estamos executando um orçamento que não é nosso. É um orçamento herdado do governo anterior em que entrou boi e entrou a boiada”, disse. 

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