O governo do Estado sinalizou ontem que irá reabrir o diálogo com os professores da rede pública estadual de ensino, que estava suspenso por conta de divergências com a direção da APP-Sindicato, a entidade que representa os professores. A garantia de que o governo vai ouvir as reivindicações salariais dos professores foi dada pelo secretário da Casa Civil, Rafael Iatauro. Em troca, o deputado André Vargas (PT) e outros que assinaram um projeto de reposição salarial para a categoria concordaram em retirar a matéria da pauta por sete sessões.
O pré-acordo, que teve a participação da liderança do governo, foi fechado quando os deputados se preparavam para votar o projeto, que equipara o salário dos professores com padrão vinte horas ao vencimento básico de um funcionário de nível superior do quadro geral do estado. Segundo Vargas, o salário do professor equivale à metade do salário de um funcionário do mesmo nível do quadro geral. Também estava na ordem do dia um segundo projeto criando um quadro de carreira para funcionários das escolas.
Iatauro disse que a iniciativa de reajustes salariais é uma prerrogativa do Executivo e que as propostas dos deputados são inconstitucionais. Entretanto, o chefe da Casa Civil afirmou que o governo está disposto a ouvir os professores, embora já tenha contemplado a categoria com um plano de cargos e salários que implicou uma melhoria de vencimentos para a categoria. Iatauro citou que, quando o atual governo assumiu em março de 2003, a folha de pagamento da categoria era de R$ 60 milhões. Atualmente, está em R$ 134 milhões, comparou.
Vargas informou que a primeira conversa entre o governo e a direção da APP-Sindicato será hoje, 24, a partir das 14 horas. O encontro será na Casa Civil.