Governo federal decide se mantém pedetistas

A decisão sobre a permanência nos cargos do diretor da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, e do secretário-adjunto do Ministério da Saúde, Haroldo Ferreira, será unicamente do governo federal. A posição foi tomada na reunião de ontem pela manhã, em Curitiba, pela executiva estadual do PDT. Esta foi a resposta da direção do partido no Paraná à exigência do presidente nacional da legenda, Leonel Brizola, de exigir que os seus filiados deixem até o próximo dia 31 os cargos que ocupam no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Friedrich e Ferreira são os dois únicos pedetistas paranaenses que ocupam posições de destaque no governo.

“Eles não foram indicados pelo partido. Estão lá porque foram convidados pelo governo. Logo, vamos deixar que o próprio governo decida isso”, explicou o senador Osmar Dias, presidente estadual do PDT. Na próxima semana, Osmar e os quatro outros senadores do partido vão se reunir, em Brasília, para discutir uma solução para o problema. Osmar vai aproveitar a reunião para apresentar aos colegas de partido esta posição de que o governo defina se vai manter Friedrich e Ferreira na equipe.

Críticas

Osmar também reafirmou suas críticas à postura adotada pela cúpula nacional do partido, mas disse que isso não significa nenhum compromisso de apoio aos projetos de interesse do Palácio do Planalto no Congresso Nacional. “Nós não vamos nos comprometer com nenhuma matéria pelo fato de essas pessoas estarem no governo. No meu caso, o meu compromisso é com o Paraná. Vou votar de acordo com esses compromissos”, afirmou. O presidente estadual do PDT disse que a posição de Brizola e seus aliados prejudica o partido. Depois da polêmica, a legenda passou de 21 para 13 deputados federais. “Se a posição for mantida, poderemos ter ainda menos deputados, uns seis ou sete”, prevê.

Critérios para candidatura própria

Na reunião de ontem da cúpula estadual do PDT, também ficou acertado que o critério para a definição da candidatura do partido a prefeito de Curitiba será a viabilidade eleitoral do candidato e que a costura de um eventual acordo na sucessão municipal está condicionada à continuidade da aliança para 2006. O partido quer garantir que o seu eventual candidato a prefeito dispute a eleição em condições de vencer e que a aliança fortaleça o projeto da legenda para 2006 – eleger o senador Osmar Dias governador do Estado.

Ainda na reunião de ontem, os dirigentes pedetistas acordaram que a decisão sobre a candidatura própria a prefeito de Curitiba será do diretório estadual – e não do municipal. “Não vamos nos lançar numa aventura na campanha eleitoral. Vamos trabalhar com seriedade para que o partido se fortaleça na disputa municipal”, explicou Osmar, presidente estadual do PDT. Quanto às alianças, Osmar disse que o PDT pretende realizá-las sem pressa e sem pressões: “Estamos dispostos a conversar com todos os partidos”, disse o senador, que tem mantido diálogo com dirigentes de vários partidos, inclusive o PSDB do vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa, pré-candidato a prefeito da capital neste ano.

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