Governadores querem reestruturação de dívida com União

Um grupo de governadores e prefeitos de capitais começou a discutir com o Ministério da Fazenda a reestruturação de suas dívidas com a União e a possível substituição por débitos mais baratos, financiados pelo setor privado ou por instituições multilaterais, como o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O projeto-piloto dessas operações, já apelidada nos bastidores de ?Plano Brady 2?, é o recente acordo do governo do Rio Grande do Sul com o Bird, de US$ 1,1 bilhão, com taxas de juros inferiores a 3% ao ano, mas expostas ao risco de desvalorização cambial.

Aproveitando as portas abertas no sistema financeiro, a Prefeitura de São Paulo pressiona o Tesouro Nacional a conceder um abatimento em sua dívida de R$ 32,6 bilhões, mediante o pagamento, à vista, de pelo menos R$ 4,3 bilhões obtidos com bancos privados nacionais e internacionais. Hoje, a prefeitura é uma das que pagam a maior taxa de juros sobre a dívida com a União – 22,9% nos últimos 12 meses, referentes à variação do IGP-DI mais 9% – e diz ter a possibilidade de obter no mercado uma taxa pelo menos 3 pontos percentuais menor.

?Todos os dias sou assediado por instituições dispostas a me emprestar com taxas menores?, afirma o secretário de Finanças de São Paulo, Walter Aluízio Morais Rodrigues. Anualmente, a Prefeitura de São Paulo paga quase R$ 2 bilhões ao Tesouro, o equivalente a 13% da sua receita líquida, como prevêem todos os contratos da União com Estados e municípios, mas o custo dos juros é duas vezes maior.

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