Festa na Boca comemora encampação

Uma semana agitada, que teve aprovado pela Assembléia Legislativa o pedido de encampação do pedágio e a tomada das praças de pedágio por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), culminou com um fato inusitado: uma grande festa popular realizada na manhã de ontem na Boca Maldita, centro da capital. A festa, organizada pelo movimento suprapartidário Xô Pedágio ? É Agora Requião, foi para comemorar a encampação, que fará com que o Estado volte a administrar as rodovias e o preço das tarifas seja reduzido.

O evento começou por volta de 11h e reuniu cerca de 2,5 mil pessoas que pararam para ver a festa. Houve distribuição de bolachas, bolo, cervejas e refrigerantes. Uma banda animou as pessoas que passaram pelo tradicional local de discussão política dos curitibanos.

O presidente municipal do PMDB e um dos coordenadores do movimento, Doático Santos, explicou que a festa era para compartilhar com toda a população a alegria da retomada das rodovias. Doático lembrou que com a aprovação da Assembléia, o governador deve sancionar nos próximos dias a lei que determina a encampação. “O governador pretende reduzir em 50% as tarifas”, afirmou o coordenador. Em alguns panfletos que foram distribuídos durante a festa havia a sugestão do transporte de cargas, que pedia uma redução de 61%.

Doático disse que a encampação do pedágio significa o cumprimento da última grande promessa de campanha de Requião. “O governador já recuperou a Copel e Sanepar. Reduziu o ICMS , deu inícios aos programas sociais como a distribuição de leite. Agora está devolvendo as estradas aos paranaenses”, citou, destacando que os protestos do MST representam apenas a indignação de mais um grupo contra os preços cobrados pelas concessionárias. “Foi a maneira deles protestarem. Felizmente não atrapalhou a ação do governo”, disse.

Festa

Mesmo muitas pessoas não estando a par da situação do pedágio no Estado, o número de transeuntes que parou para comer e beber foi grande. Dos que estão acompanhando a briga do governador Roberto Requião (PMDB) para reduzir as tarifas, o auxiliar de escritório Dionísio Ambrósio é favorável à encampação. “Mas acho que ainda vai acontecer uma guerra jurídica”, previu, culpando o ex-governador Jaime Lerner (PFL) pelo que ele chamou de “entrega” das rodovias às concessionárias.

Para Paulo Marcos Rodrigues, a redução nas tarifas é realmente necessária. “Meu cunhado faz entregas no litoral. Como vai de carro paga R$ 6,10, mas o valor acaba se multiplicando já que ele vai no mínimo quatro vezes por semana”, relatou o analista de processos imobiliários.

Voltar ao topo