Esclarecendo

Facada sem sangue? Médico sem luva? As teorias da conspiração da agressão a Bolsonaro

Reprodução

O esfaqueamento de Jair Bolsonaro em Juiz de Fora nesta quinta (6) levantou questões, boatos e até teorias da conspiração por parte de alguns internautas. A tese é de que, não aparecendo manchas de sangue na camisa da vítima e na faca usada para o crime, o ataque não passaria de uma armação para favorecer a corrida presidencial do candidato.

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A ausência de sangue realmente surpreende o cidadão comum e seu senso comum, mas a ciência explica que é possível não haver sangramento visível aos olhos em situações como essa. “Em casos de ferimento por arma branca, ou até de armas de fogo, não existe necessariamente sangramento externo, mas o sangramento pode ocorre apenas internamente. Além disso, dor e estresse causam vaso constrição e o indivíduo fica branco”, diz Luiz Fernando Kubrusly, cardiologista e cirurgião cardíaco do Hospital Evangélico e diretor clínico do Instituto do Coração de Curitiba.

Faca usada para atacar Bolsonaro. Foto: Divulgação / PMMG
Faca usada para atacar Bolsonaro. Foto: Divulgação / PMMG

Cenas de sangue jorrando a metros de distância, à la filmes de Quentin Tarantino, ocorrem quando são atingidas artérias médio-grandes. Bolsonaro teve lesões nos intestinos grosso e delgado, e na veia do abdômen. “Foram ferimentos perigosos e mesmo que a faca tivesse atingido a artéria no abdômen poderia não ter sangramento externo”, explica o médico.

Faca limpa e médico sem luvas

Outro fato chamou a atenção dos internautas: a faca mostrada após o ataque aparece limpa, sem manchas de sangue visíveis. “Nesse caso, o que poderia ter acontecido é que, ao sair do corpo, a faca tenha se limpado no próprio tecido da vítima. Isso é comum também nas cirurgias quando muitas vezes o bisturi sai limpo da incisão”, afirma o cirurgião.

Um último detalhe que levantou questões foi a foto que mostra um médico sem luvas realizando atendimento no abdômen de Bolsonaro. Segundo Kubrusly, isso é possível que tenha acontecido na fase em que eletrodos foram colocados no corpo do paciente. “A luva gruda nesses dispositivos, então a regra é não usá-las. Ou é possível que naquele momento o médico estava limpando e arrumando o paciente, por exemplo, fazendo tricotomia [raspagem de pelos na pele]”.

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