Estudantes da União Paranaense dos Estudantes (UPE) e da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES) tentaram acompanhar uma sessão do plenário da Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira (20), mas foram impedidos por seguranças e alegaram terem sido agredidos.
Adriano Matos, estudante de relações públicas da Essei e vice-presidente da União Nacional Estudantil no Estado (UNE), disse que o protesto era pacífico e que os estudantes pediam a saída da mesa diretora, composta pelo presidente da casa, Nelson Justus, o primeiro secretário, Alexandre Cury, e o segundo secretário, Valdir Rossoni. “Tínhamos programado assistir uma sessão da Assembléia na tribuna, mas estava fechada. Queríamos fazer um protesto pedindo a investigação e a apuração das denúncias de deputados e saída da mesa diretora, mas fomos agredidos”, relatou.
Os seguranças correram atrás dos rapazes, que se dividiram para facilitar a fuga.”Subimos até o terceiro andar e ficamos no gabinete do deputado Elton Velter. Levamos tapa na cara, um amigo nosso foi enforcado, me derrubaram e pisaram no meu peito”, disparou o rapaz.
O estudante disse que amigos ficaram com escoriações, um foi preso na sala de segurança e foi agredido. Adriano Matos relatou que os estudantes prestarão queixa e farão um boletim de ocorrência de corpo e delito. Segundo ele, o objetivo é abrir um processo contra a Assembleia por danos morais.
Chefe de gabinete diz que seguranças erraram
O chefe de gabinete do deputado Elton Velter, Rozalvo Finco, salientou que teve de esconder os rapazes porque os seguranças queriam agredi-los. “Eles entraram com uma mochila, que tinha uma faixa denunciando a questão dos caça-fantasmas e isso fez com que os seguranças perguntarem o que havia na mochila, mas não quiseram abrir. O segurança gritou com eles, que retrucaram e aí foi solicitado que fossem embora”, explicou. “Já foi o tempo em que repressão resolvia alguma coisa. Não deixamos os seguranças entrarem no gabinete. Os seguranças estavam errados”, finalizou.
Assembleia lamenta o ocorrido
Em nota oficial divulgada à imprensa, a mesa executiva da Assembleia Legislativa lamentou o que aconteceu na tarde desta terça e disse que abriu sindicância para apurar os fatos. “Os estudantes têm o legítimo direito de manifestação, desde que obedecendo a ordem e o decoro. Os seguranças também têm o dever de manter a ordem e a integridade de todos que trabalham na Casa. Neste momento de crise todos devem manter a calma e a serenidade para evitar confrontos”, dizia a nota.