Eleição para Mesa gera disputa no PT

A bancada do PT na Assembléia Legislativa está às voltas com uma disputa interna para indicar seu representante na chapa que concorrerá à Mesa Executiva, encabeçada pelo deputado estadual Hermas Brandão (PSDB), candidato à reeleição. O atual 1.º vice-presidente da Assembléia Legislativa, André Vargas, quer permanecer no cargo na vaga do PT, mas o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Hermes Fonseca, está novamente postulando a função, assim como já fez há dois anos, na eleição anterior. E correndo por fora está a deputada Luciana Rafagnin.

A discussão do nome na bancada começou ontem em uma reunião no final da tarde, em clima tenso. Vargas já considerou como "interferência indevida" do Palácio Iguaçu a declaração do deputado Natálio Stica, líder do governo, em favor da candidatura de Fonseca. Stica disse que seu voto na bancada vai para Fonseca, com quem alega ter um compromisso antigo de apoio. O cargo de 1.º vice-presidente da Mesa originalmente pertencia a Stica, que o deixou para assumir a liderança do governo. Na troca, Hermes Fonseca reivindicava a vaga, que acabou indo para Vargas.

O atual 1.º vice-presidente está no grupo dos menos alinhados ao Palácio Iguaçu dentro da bancada do PT. Vargas vem defendendo o distanciamento do PT da base de apoio ao governador Roberto Requião e, certamente, irá ter o veto do PMDB, a maior bancada na Casa, para permanecer na Mesa Executiva.

Stica garante que seu apoio a Fonseca não tem nenhuma relação com as posturas oposicionistas de Vargas. "Quando fui indicado, eu disputei a vaga com o Hermes. Depois eu fui assumir a liderança e o Hermes ficou de fora, mais uma vez. Então, eu tenho esse compromisso com ele", justificou Stica.

Espaço

Além da 1.ª vice-presidência da Mesa, o PT ainda pretende manter a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, mesmo que Fonseca seja o escolhido para compor a chapa de Brandão. No início da legislatura, o PT tinha a maior bancada em plenário, nove deputados, e teve cacife para indicar os dois cargos.

Embora tenha mantido o mesmo número de deputados, o PT perdeu posições no ranking das bancadas. O PMDB é a primeira com 12 deputados e o PSDB está em segundo lugar com 10 deputados. O PT caiu para terceira posição, mas conforme o Regimento Interno, o cálculo da representação partidária das comissões obedece à composição das bancadas, no início da legislatura.

Deputados debatem mudanças

A Assembléia Legislativa começou a votar ontem as propostas de mudanças do Regimento Interno, o conjunto de normas que rege a atividade legislativa desde 1990. Ontem, os deputados aprovaram o novo texto em primeira discussão, mas a matéria somente voltará à ordem do dia na próxima semana, para que o plenário tenha tempo de apresentar suas emendas.

Entre as modificações está a redução do número de comissões permanentes, o fim da licença remunerada para deputados que se afastarem para tratar de assuntos particulares e outras normas e também o fim da exigência de quórum mínimo de dezoito deputados para a abertura de uma sessão plenária.

A nova versão do Regimento Interno foi feita pela Mesa Executiva, que não aproveitou muito do texto formulado por uma comissão especial formada por quatro deputados. (EC)

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