Que loucura!

CPI vai apelar para a polícia para desvendar o mistério da sala secreta da Assembleia

A CPI do Grampo vai pedir ajuda à Secretaria de Segurança para ouvir o depoimento da funcionária Silvana Bruell, coordenadora de telefonia na Assembleia Legislativa, que revelou nesta terça-feira ter sido proibida por ex-seguranças de entrar na sala onde funcionavam todos os ramais telefônicos da Casa.  A servidora denunciou ainda que foi ameaçada ao concordar em ser ouvida pela CPI.

O presidente da CPI, Marcelo Rangel (PPS), disse que, diante das revelações, é mais apropriado trabalhar em conjunto com a Secretaria de Segurança que designou um delegado especial para tratar das denúncias de escuta clandestina na Assembleia. A Secretaria está acompanhando o caso desde a realização de uma varredura nas salas da presidência e secretarias da Mesa Executiva em fevereiro.  Na sala, que estava sob os cuidados da servidora, também foram encontrados equipamentos supostamente usados para fazer escutas telefônicas.

Rangel afirmou que Silvana poderá se sentir mais segura para apontar à polícia os autores das ameaças, que também serão intimados a depor. “Foi um depoimento muito tenso. Houve coerção da funcionária, constrangimento ilegal e achamos que um delegado pode oferecer mais segurança ao desenvolvimento do trabalho”, comentou o presidente da CPI.

Fim?

Mas nem todos os integrantes da CPI concordam com a continuidade dos trabalhos. O deputado Fernando Scanavaca (PDT) sugeriu o encerramento das atividades da Comissão por entender que, até agora, não foram apresentadas provas concretas de ter havido escuta ilegal na Casa. 

Rangel contestou. Disse que, além de ter sido demonstrado que a Assembleia comprou bloqueadores ilegais de telefones, os técnicos da empresa contratada para fazer uma perícia nos aparelhos sustentam que havia dispositivos para gravar conversas nos ramais telefônicos.

“Há um CD com gravações que os técnicos fizeram com os aparelhos encontrados na sala. Se o deputado não estiver com disposição de prosseguir, posso chamar o suplente. Agora, não vou admitir que ele prejudique o andamento da Comissão. Qualquer ato neste sentido ficará sob suspeição”, reagiu.