Contra o DEM, diretório do PMDB faz renúncia coletiva

Com uma articulação de bastidores que resultou na renúncia coletiva de quase todos os integrantes do diretório carioca do PMDB, o presidente do partido no Rio, Anthony Garotinho, acredita ter sepultado nesta quarta-feira (7) a pré-candidatura do secretário de Esportes, Eduardo Paes, à prefeitura do Rio. Ele anunciou esta tarde, após uma reunião da executiva regional da legenda, que na próxima segunda-feira tomará posse, em lugar da direção que renunciou, uma comissão municipal provisória, alinhada com as diretrizes regionais da agremiação, ou seja, com a proposta de aliança com o DEM do prefeito Cesar Maia.

Assim, Paes, que entrou no PMDB convidado pelo governador Sérgio Cabral Filho, permanecerá filiado, mas não poderá concorrer nem sequer recorrer da decisão, já que, disse Garotinho, "renúncia é decisão unilateral". Se a pré-candidatura fosse lançada e impugnada, caberia recurso ao diretório nacional. De olho na candidatura a governador em 2010, Garotinho defende o acordo fechado com o Democratas, pelo qual o PMDB, na capital, apoiará o candidato a prefeito do DEM, e no interior terá o apoio do partido de Maia.

Cabral Filho filiou Paes, um desafeto do prefeito carioca, ao diretório municipal, para inviabilizar a articulação de Garotinho, já que pretende ser candidato à reeleição. Já a Maia, que quer se eleger senador em 2010, não interessa que Cabral Filho, aliado do PT, se fortaleça pela eleição do prefeito da capital. Daí a aproximação com Garotinho. Tanto Garotinho como Maia, contudo, dizem que se aliaram contra o PT, legenda fraca no Estado. "Eduardo Paes foi enganado", afirmou Garotinho. "Ele foi avisado, liguei para ele, antes de se filiar." O presidente do PMDB do Rio afirmou não saber o motivo da renúncia. Também peemedebistas alinhados com Cabral Filho, como o senador Régis Fichtner e o senador Paulo Duque, renunciaram aos postos. Ao todo, deixaram o diretório 40 dos 45 titulares e 13 dos 15 suplentes.

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