Confusão

Conflito inflama ânimos na Assembléia Legislativa

Um conflito ontem à tarde entre seguranças e estudantes inflamou ainda mais os ânimos na Assembleia Legislativa do Paraná (AL). Um grupo de dez estudantes se preparava para entrar no prédio, onde pretendia exibir um banner pedindo a saída da Mesa Executiva, quando os seguranças intervieram e tentaram revistar suas mochilas. Os estudantes se recusaram e o tesoureiro da União Paranaense dos Secundaristas (Upes), José Lescenechal Neto, foi detido na sala de segurança. Outros dois, entre eles o presidente da entidade, Mário de Andrade, fugiram para a ala dos gabinetes, foram perseguidos até o elevador e um acabou se abrigando no gabinete do deputado Elton Welter (PT), no oitavo andar.

Os seguranças ameaçaram invadir o gabinete, mas a assessoria do deputado impediu e solicitou ajuda para que o rapaz, Adriano de Matos, pudesse retornar ao primeiro andar sem ser detido. O estudante Adriano de Matos foi escoltado pelos deputados Péricles Mello (PT) e Jocelito Canto (PTB). Os dois deputados também intercederam para que Lescenechal Neto fosse também liberado. Ao sair, o tesoureiro da Upes reclamou que foi agredido e ameaçado. “Dois “armários “ me empurraram e quase me enforcaram. Eu só tinha camisetas na mochila e nós só viemos aqui para assistira a sessão e abrir o banner na galeria”, relatou.

Em nota oficial, a Mesa Executiva da AL informou que determinou a abertura de sindicância para apurar o incidente. “A Mesa Executiva lamenta o ocorrido. Enquanto os estudantes têm o legítimo direito de manifestação, desde que obedecendo a ordem e o decoro, os seguranças também têm o dever de manter a ordem e a integridade de todos que trabalham na Casa. Neste momento de crise todos devem manter a calma e a serenidade para evitar confrontos”, destacou a nota oficial.

Trégua

O deputado Caito Quintana (PMDB) fez um discurso defendendo trégua nas denúncias de irregularidades contra a presidência e direção da AL para que a Mesa possa apresentar os resultados das investigações internas. As denúncias apontam a existência de funcionários fantasmas, desvio de recursos públicos e publicação de atos oficiais em diários oficiais não numerados. Em plenário, o presidente da AL, Nelson Justus (DEM), informou que está encaminhando todos os diários oficiais originais editados pela Casa desde 1994 ao Ministério Público Estadual, que apura as denúncias. “Estamos respondendo a tudo. Não vamos esconder nada”, afirmou.

No discurso, Caito também disse que algumas entidades planejam invadir a AL e insuflam manifestações. “A Casa tem que ter seu direito de defesa. Tem muita coisa a explicar. O que não for explicado, será condenado pela Justiça. Mas os ataques têm que cessar. Essa guerra vai prejudicar o Poder. E eu defendo o Poder. Porque defender o Poder não significa acobertar erros”, disse.