Parceiro de Jorgina na fraude ao INSS morre no Rio de Janeiro

O fraudador do Instituto Nacional do Seguro Social, Ilson Escóssia da Veiga, que integrava a quadrilha de Jorgina de Freitas, morreu ontem à noite, de causa desconhecida. Escóssia queixou-se de dores abdominais e "bolo na garganta" na segunda. Foi atendido no Hospital Penitenciário Fábio Soares Maciel e transferido para o Hospital Rocha Faria, onde morreu.

Amostras das vísceras do fraudador foram enviadas para o laboratório do Instituto Médico Legal. O exame, que fica pronto em 30 dias, pode determinar se Escóssia, advogado de 67 anos, morreu em decorrência de alguma doença ou se foi envenenado. Ele cumpria pena em regime semi-aberto no Presídio Plácido de Sá Carvalho, no Rio de Janeiro.

Enquanto esteve internado, os médicos diagnosticaram em Escóssia gastrite, esofagite, hipertensão arterial e diabetes, informou a assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária. De acordo com o diretor do Instituto Médico Legal Roger Ancillotti, os legistas descobriram que Escóssia tinha os rins pequenos, pulmões infiltrados por secreção e sangue no intestino grosso. "Não foi possível diagnosticar uma doença a que essa soma de sinais levasse.

A deputada estadual Cidinha Campos (PDT) estranhou a pressa com que Escóssia foi enterrado, no Memorial do Carmo, sem velório. "Quem garante que foi o Ilson que morreu? Que ele não foi para o exterior gastar o dinheiro?", indagou. A deputada presidiu a CPI da Câmara Federal que apurou as fraudes contra o INSS. Ela lembra que os ossos de João Carlos Catanhede, morto em 1991, durante as apurações da fraude, desapareceram quando o corpo seria exumado. E que Tainá Coelho, outro acusado do golpe, teve a morte atestada pelo sogro e "ninguém viu o corpo".

Escóssia fez parte da quadrilha que deu o maior rombo da história do INSS, no fim dos anos 80. Juntos, advogados, juízes e funcionários do órgão desviaram cerca de US$ 600 milhões por meio de ações indenizatórias por acidentes de trabalho.

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