Vereador quer mel na merenda escolar

O mel de abelha tem, em comparação com o açúcar comum, mais vitaminas A,B1,B2, fósforo, potássio e ferro. Ele também tem um efeito contra infecções nas vias respiratórias. Por todos esses benefícios, o vereador de Curitiba Elias Vidal (PSC) deu entrada na Câmara Municipal, na última semana, a uma proposta que obriga o colocação de mel na merenda escolar das 109 mil crianças de escolas municipais.

A proposta deve levar noventa dias para ser votada em plenário. Por enquanto, vai tramitar nas oito comissões especiais da Casa. Vidal argumentou que o mel é muito bom para prevenir problemas de pulmão. Ele, que também é apicultor, contou que criou seus seis netos com mel e que foi muito bom para a saúde deles. A idéia do vereador é que os estudantes ingiram o mel como sobremesa, de preferência várias vezes por semana. “Eles não vão enjoar, principalmente as crianças mais pobres, que dificilmente têm acesso ao produto”, disse, contando que come mel diariamente. Vidal explicou que a proposta também é viável economicamente. Ele contou que um quilo de mel custa menos de R$ 4,00.

Resistência

Conforme a nutricionista da Secretaria Municipal da Educação, Sirlei Valaski, o mel já faz parte do cardápio das crianças. O município faz periodicamente pesquisas de aceitação para elaborar seu cardápio. “Colocamos mel no pão uma vez por mês. Mesmo assim as crianças não gostam muito. Insistimos porque queremos fazê-las criar o hábito de comer mel”, explicou Sirlei. Ela destacou que as escolas são obrigadas a fornecer 15% da necessidade nutricional das crianças diariamente, ou seja, 350 calorias. “Já tentamos colocar mais de uma vez o mel no cardápio durante um mês. O número de reclamações foi grande”, contou.

Para a nutricionista Débora Maria Russo, o uso do mel é bom, mas não de maneira forçada. Ela recomendou que deveria se tentar substituir o açúcar pelo produto nas preparações de sucos, etc. “Deveriam ser feitas campanhas para conscientizar as pessoas sobre o uso do mel. Mas em tudo que há a obrigatoriedade, há menor aceitação e o efeito acaba saindo ao contrário do desejado”, explicou a especialista.

Voltar ao topo