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Velejadora cria vaquinha para realizar sonho

O tempo está correndo para a velejadora Larissa Juk, de 29 anos. Ela tem apenas 35 dias para arrecadar R$ 24.295, quantia necessária para a compra de um barco. Só assim poderá começar os treinos e participar das competições que a levarão para a realização de um sonho: brigar por uma medalha olímpica nas Olimpíadas do Rio em 2016.

Curitibana, Larissa tem histórico importante na vela. Já foi cinco vezes campeã sul americana, além de ter conquistado os títulos de campeã ibero-americana, campeã mundial universitária, campeã da Nations Cup e vice-campeã mundial militar. Mesmo assim ela está sem patrocínio e recorreu à internet para tentar arrecadar recursos para participar da competição mais importante do esporte.

A velejadora criou a vaquinha online em que pede doações e já recebeu metade do valor nos primeiros 10 dias no ar, com a ajuda de 75 apoiadores. “O barco é o primeiro passo. Com ele consigo pelo menos treinar sozinha. O ideal é ter o treinador acompanhando sempre, mas é melhor do que não estar treinando”, diz ela, que recebe bolsas para atletas, recursos usados para despesas diárias e não são suficientes para a preparação específica para as Olimpíadas.

“Também é importante ter a renovação de materiais para o barco, que vão se desgastando e preciso de equipamentos de ponta, velas novas. Uso quatro velas por ano, além das viagens para campeonatos fora do Brasil. Vou precisar de mais investimentos”, destaca. O valor arrecadado ainda será usado para pagar despesas da campanha, como taxa do site que hospeda a vaquinha, produção do vídeo e recompensas aos doadores, como camisetas.

Divulgação
Larissa recebeu metade do valor com ajuda de 75 apoiadores e atletas renomados.

Apoio

A iniciativa ganhou o apoio de atletas renomados, como os medalhistas olímpicos Lars Grael e Marcelo Ferreira e da atual campeã brasileira Fernanda Decnop. A necessidade de novo barco surgiu depois que a classe em que Larissa competia deixou de ser olímpica. Assim, ela mudou de modalidade e passou para a Laser, que exige nova embarcação.

Pouco espaço fora o futebol

Larissa Juk acredita que sua situação é reflexo da falta de valorização para algumas modalidades esportivas, inclusive a vela, e que prioriza o futebol. “A grande paixão nacional é o futebol e as mídias e as empresas estão muito focadas para ele. Fica muito pouco espaço para outros esportes”, avalia.

Mas o desafio não é motivo de desânimo. Acostumada com os treinamentos, Larissa acredita que sua bagagem e experiência em várias modalidades da vela irão ajudar na preparação, junto com o sonho de participar da Olimpíada. “O auge para o atleta é a medalha olímpica, é chegar ao topo, à superação máxima. Desde que comecei a praticar tenho esse sonho”, afirma a atleta, que treina desde pequena, há oito anos profissionalmente.

Há 12 anos ela saiu de Curitiba e atualmente mora em Florianópolis, cidade que escolheu para facilitar os treinos. “Com a vela a gente aprende a dedicação, a disciplina. Desde pequena aprendi a cuidar das minhas coisas, a ter responsabilidade. A competitividade também é boa, nos ensina a lidar com a pressão”. As doações para a velejadora Larissa Juk podem ser feitas pelo site http:/ /catarse.me/larissario2016. As pessoas podem colaborar a partir, de R$ 10 e de diversas formas: boleto bancário, débito automático, cartão de crédito e paypal.