Uma boa opção para este domingo em Curitiba é visitar a 81.ª Exposição Interestadual de Orquídeas, que termina hoje, no Jardim Botânico. São mais de 8 mil plantas, das mais diversas espécies e cores. Também é uma oportunidade para se levar para casa algumas mudas e, quem sabe ,até começar o próprio orquidário.
Umas das espécies mais raras em exposição é a Cattleya labiata. Ela está em processo de extinção no litoral do Nordeste. Era muito comum na Mata Atlântica, do norte da Bahia até o sul de Pernambuco. Outra planta que se destaca é a Onadium, conhecida como chuva-de-ouro, característica da região do Primeiro Planalto paranaense. “Ela está desaparecendo”, denuncia o diretor de exposições da Sociedade Paranaense de Orquidófilos, Baldur Herr.
Baldur comenta que o cultivo em cativeiro tem ajudado a preservar as espécies. Muita gente tem extraído plantas da natureza para vendê-las. “Houve muito tráfico para São Paulo, Rio e Europa”, diz. Mas ele explica que quando a planta é capturada na natureza ela demora a florescer e acaba morrendo porque não se consegue reproduzir as mesmas condições em cativeiro.
Uma orquídea leva em média 7 anos para florescer. Se a flor não for polinizada, dura de duas a três semanas, caso contrário apenas dois dias. “Isso acontece porque a sua única função é a reprodução”, explica Baldur. Outra característica interessante é que as orquídeas não morrem se as condições do ambiente lhe forem favoráveis. “Elas morrem porque a árvores onde estavam hospedadas acabam caindo”, diz. Ele comenta ainda que não é muito difícil manter a planta. Em geral basta pouca umidade, adubação, claridade e ventilação.
Quase 80% das pessoas que se dedicam ao seu cultivo são homens. “Não se sabe dizer porque isso ocorre”, diz, acrescentando que cuidar da planta “é uma terapia”. “Depois de um dia agitado, meia hora de trabalho no orquidário já traz tranqüilidade.”
A exposição, que começou no dia 29 de março, fica aberta das 8h às 18h. Há venda de mudas no local a partir de R$ 2,00. A entrada custa R$ 1,00.