Sonho da casa própria

Quer comprar um imóvel, mas não sabe quais são as alternativas? Tribuna te dá as dicas!

Como sair do aluguel e ter a tão sonhada casa própria? Garantir um imóvel de herança para os filhos? Por onde começar? A Tribuna te dá dicas de como colocar este sonho em prática!

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Financiamento de imóvel

Antes de sair procurando imóveis é preciso descobrir o valor máximo que você pode financiar. É desejável já ter algum valor guardado disponível para dar de entrada. Procure o banco que você tem conta e pesquise quais são as taxas de juros e qual o valor máximo que a sua renda consegue financiar. Vá em outros bancos também, compare as taxas e vantagens de cada um. Assim, você já fica sabendo qual o valor máximo de imóvel você consegue financiar. A opção mais em conta de financiamento hoje é o programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal. São quatro faixas de financiamento: faixa 1 (para quem tem renda até R$ 1.600), faixa 1,5 (renda até R$ 2.600), faixa 2 (renda até R$ 4 mil) e faixa 3 (renda até R$ 7 mil).

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Consórcio

Para quem não tem pressa, o consórcio é mais vantajoso, pois não se paga juros, como no financiamento (só uma pequena taxa de administração). Neste caso, não é preciso dar entrada. A pessoa paga uma parcela todo mês e o dinheiro vai ficando acumulado numa espécie de poupança. E não é preciso terminar  e pagar o consórcio para ter o dinheiro todo em mãos. Há duas maneiras de pegar o valor antes: sendo sorteado ou dando lances (quantia extra além da parcela. É possível usar o FGTS). Mas claro, é preciso continuar pagando as parcelas depois de ser contemplado. Porém com a diferença que você tem em mãos uma boa grana para dar entrada em imóveis novos ou usados, residenciais ou comerciais, construir, reformar ou quitar um financiamento. Já tenho o terreno, como construir?

Madeira

As opções de mais baixo custo e mais rápidas de serem construídas são as casas de madeira. Dependendo do bolso do comprador, ela pode ser a moradia definitiva, ou apenas provisória. Uma casa de 30 metros quadrados (dois quartos), de pinus, pode custar de R$ 10 mil até R$ 18 mil. Já uma casa de 60 metros quadrados (três quartos), autoclavada (com tratamento anti cupim e apodrecimento), custa em torno de R$ 55 mil. Este valor é para casas montadas. Mas se o comprador tiver habilidades em montá-las, pode encontrar kits (de pinus, sem tratamento) de R$ 7 mil a R$ 10 mil (dois ou três quartos). Mas vale lembrar que este é o valor para casas de pinus, pois uma casa de madeira maciça pode custar o mesmo que uma de alvenaria, ou até 15% a mais.

Alvenaria

Procurando empresas de construções rápidas, é possível encontrar projetos prontos com preços interessantes. Uma casa de 60 metros quadrados com três quartos, por exemplo, pode custar cerca de R$ 60 mil. Já um sobrado de 65 metros quadrados e dois quartos sai por R$ 75 mil. Um sobrado maior, de quase 90 metros quadrados e três quartos, sai por pouco mais de R$ 100 mil. A maioria das empresas trabalha com financiamentos.

Pré-moldada em concreto

A casa pré-moldada em concreto vem “quase pronta” de fábrica, basta montar as placas nas colunas, ambas de concreto. Uma empresa de Curitiba está vendendo uma casa neste estilo, de 44 metros quadrados e dois quartos por R$ 36 mil (montada). Mas se o comprador tem habilidades com construção (talvez seja preciso contratar um pedreiro para ajudar), é possível comprar um kit destes e montar por conta própria. Um kit para casa de 45 metros (dois quartos) sai por R$ 10 mil (no Mercado Livre), mais frete de aproximadamente R$ 4 mil para Curitiba.

Steel Frame

A estrutura da casa é toda feita em perfis de aço galvanizado (a casa fica parecendo uma “Ópera de Arame”). O fechamento desta estrutura é feito com placas de tipos diferentes (cimentícias, madeira, drywall, etc.). A obra é rápida, limpa e seca (sem água e restos de construção) e a edificação tem bom isolamento térmico e acústico. É possível construir edifícios com até cinco pavimentos. Depois de pronta, a construção parece de alvenaria. No entanto, o steel frame pode custar até 30% mais que a alvenaria.

Construcard

Mas como pagar por qualquer um destes sistemas construtivos? Além dos financiamentos (bancário ou direto com as construtoras), há também o Construcard, um cartão de compras da Caixa Econômica Federal, com o qual é possível adquirir os materiais de construção. A pessoa tem um período de até seis meses para as compras (o valor total disponibilizado no cartão depende da renda da pessoa). Depois disto, o valor gasto é transformado em financiamento, com até 240 meses para pagar. Também é possível comprar armários não removíveis, piscinas, elevadores, caixas-d’água, aquecedores solares, aerogeradores e equipamentos de energia fotovoltaica.

Passo importante

Querer uma casa própria não é tão simples assim. Não é só ir lá, escolher e comprar. Exige planejamento e um tempo poupando.

Conforme o educador financeiro Renato Follador, colunista da Tribuna, estamos num período da economia muito propício para contratar crédito. As taxas de juros estão baixas e é possível encontrar financiamentos imobiliários com taxas de 8,5% a 9% ao ano, algo quase nunca visto antes. “Se conseguir entrar num programa como o Minha Casa Minha Vida, melhor ainda”, diz o especialista. A vantagem do financiamento é já conseguir ter o bem em mãos logo. Mas o montante pago ao final das parcelas pode ultrapassar em três vezes o valor do imóvel. Antes de entrar num financiamento, Follador aconselha analisar a possibilidade de adquirir um consórcio, já que a taxa de administração dele é muito baixa. Assim, a pessoa vai juntando o dinheiro da entrada ou do total do imóvel. O inconveniente é não poder comprar o imóvel imediatamente e ter que esperar ser sorteado ou tirar a carta de crédito através de lance.

Aluguel

Foto: Felipe Rosa.
Foto: Felipe Rosa.

Follador também explica que o aluguel nem sempre é sinônimo de jogar dinheiro fora, como as pessoas dizem. Pode até ser um aliado na hora de poupar dinheiro para a compra de um imóvel.

“Lá pelos 20 e poucos anos, quando a pessoa é recém casada, ainda não tem filhos, morar de aluguel pode ser bom, para que a pessoa veja qual é o bairro que realmente a agrada, quantos filhos a família vai querer, qual metragem de casa ideal para atender o tamanho desta família, qual a distância para o trabalho e a escola das crianças. Não são coisas que a gente decide aos 25 anos. Enquanto analisa tudo isto, vai poupando, até comprar a casa definitiva, que servirá para o resto da vida”, diz Follador.

O educador financeiro exemplifica uma forma de juntar dinheiro: imagine que o casal tenha disponível R$ 3mil para pagar a prestação de um financiamento imobiliário. Ao invés de pagar este valor num financiamento, alugue um imóvel de mil reais e poupe os dois mil restantes. Mas, neste caso, a poupança está “proibida”. Deve-se investir em títulos públicos federais (as NTNBs, por exemplo), ou em letras de crédito imobiliário, que são isentas de imposto de renda.

“Se a pessoa passa 5, 7, 10 anos juntando, maior será o valor de entrada no financiamento, menor as parcelas e menor a quantidade de juros pagos. Ela pode juntar o valor através de consórcio ou em investimentos. Elaborei uma planilha que comprova que, se o casal pega o dinheiro que tinha para dar entrada num imóvel e investe, junto com mais R$ 2 mil mensais (a diferença entre a parcela de um financiamento e o aluguel), ao longo de 15 anos consegue comprar uma casa à vista. O que levaria 30 anos para financiar, é possível pagar à vista”, explica, indicando ainda que a pessoa evite fazer muitas mudanças enquanto estiver morando de aluguel, pois a cada mudança, perde-se dinheiro. “Não é pecado morar de aluguel enquanto poupa dinheiro para comprar uma casa ou aumentar o valor da entrada do financiamento”, diz. Para quem deseja construir, diz Follador, as dicas são exatamente as mesmas acima.

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