Do leite ao ouro

Queijos paranaenses estão entre os melhores do mundo: provamos!

Foto: divulgação.

O leite paranaense se transformou em ouro. Conhecido por ser o segundo maior produtor de leite do país, com mais de 12 milhões de litros por dia, o Paraná tem investido cada vez mais na produção de queijos finos. Em Toledo, o projeto de Queijos Finos do Biopark virou referência nacional e internacional na produção artesanal do produto lácteo, com alto valor agregado.

A iniciativa em Toledo combina tecnologia, capacitação e inovação para apoiar pequenos produtores da região, gerando impactos econômicos e sociais importantes.

Queijos desenvolvidos no Biopark vêm conquistando reconhecimento internacional, como o Passionata, eleito o melhor da América Latina e um dos nove melhores do mundo no World Cheese Awards 2024, em Portugal. A copetição avaliou 4.786 queijos de 47 países. Esta foi a primeira vez que um queijo brasileiro alcançou esse patamar em nível internacional.

Outras especialidades também acumulam medalhas em competições nacionais e internacionais. Em apenas cinco anos, já são 26 queijos registrados para comercialização e 72 medalhas conquistadas, consolidando o Biopark como polo inovador na alta queijaria.

A reportagem da Tribuna do Paraná foi convidada a conhecer mais sobre os queijos finos do Biopark e também provar vários deles que têm se destacado pela qualidade – o sabor de cada um deles é realmente surpreendente. Na última semana, um jantar realizado no Hotel NH Collection, em Curitiba, reuniu preparos e harmonizações. Ao todo, oito queijos fizeram parte da degustação. A sommelier Juli Rodrigues fez a harmonização dos queijos e pratos com os vinhos selecionados e o chef Silvonei Souza assinou o menu da noite.

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Oito estrelas

PASSIONATA: maturado em uma infusão de maracujá, o Passionata é um queijo sofisticado que equilibra acidez, frescor e cremosidade. Feito com uma ousada combinação de flores comestíveis e sementes de maracujá, foi eleito entre os 10 melhores queijos do mundo (9o melhor mundo, melhor do Brasil e melhor da América Latina) pelo World Cheese Awards 2024, maior premiação internacional do segmento.

TIPO SAINT MARCELLIN: com textura macia e cremosa, sua tecnologia de fabricação proporciona uma consistência que derrete na boca quase instantaneamente. Apresenta um sabor levemente ácido e amanteigado, com nuances que remetem a cogumelos frescos e ervas. Com o passar da maturação, desenvolve sabores mais intensos e marcantes.

LÁUREA: este queijo conta com características únicas que completam o paladar, trazendo frescor e uma sensação intensa de especiarias.

DELEITE: com um perfil de sabor complexo e frutado, tem notas de avelã e um toque levemente picante.

ENTARDECER: sabor que remete ao Deleite, mas com um toque especial de especiarias.

TIPO CAMEMBERT: sabor delicadamente terroso e levemente amendoado, com um toque sutil de cogumelos frescos. Sua casca fina e branca guarda um interior cremoso que derrete suavemente na boca.

TIPO PETIT BRIE: com textura densa e amanteigada, seu interior revela um sabor suave, com notas de creme. Envolto em uma fina camada branca de mofo.

TIPO NEUFCHÂTEL: queijo de pasta mole e casca florida. Quando jovem, caracteriza-se por um equilíbrio muito fresco ao paladar, com aromas de leite fresco. Ao prolongar a maturação, a textura evolui e se torna fundente.

Projeto Queijos Finos

A equipe do Projeto de Queijos Finos do Biopark realiza uma avaliação inicial de requisitos mínimos, sendo o principal deles o compromisso de o produtor atender às exigências técnicas e regulatórias necessárias para a fabricação de queijos finos.

O Biopark oferece suporte técnico, análises laboratoriais, transferência de tecnologia e auxílio na adequação das queijarias, incluindo certificações como o Selo de Excelência Biopark, SIM/POA, SUSAF e SISBI, com foco no aumento da renda dos pequenos e médios produtores de leite.

O pesquisador do Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Queijos Finos (PDI) do Biopark, Kennidy de Bortoli, explica que o projeto é gratuito para os produtores, que também ficam com todo lucro da comercialização. “O custo que o produtor pode ter é relacionado à necessidade de alteração ou construção do local onde o queijo será produzido”, afirma. Segundo ele, a assessoria contempla desde a avaliação da qualidade do leite até o desenvolvimento da embalagem e as estratégias de comercialização, em parceria com Sebrae e Sistema FAEP/SENAR.

“O projeto de Queijos Finos do Biopark  é considerado um dos grandes exemplos de inovação em agronegócio, transformando uma tradição regional em excelência reconhecida internacionalmente, com forte apoio institucional e potencial de expansão sustentável”, finaliza Carmen Donaduzzi, fundadora do Biopark e idealizadora do projeto.

As parcerias entre Biopark, Biopark Educação, IDR-PR, Sebrae/PR, Sistema FAEP/SENAR e Prefeitura de Toledo consolidam a expansão do projeto em todo o estado. 

Reconhecimento e prêmios

Um dos queijos do projeto já conquistou a certificação SISBI, que permite a comercialização nacional. O próximo passo é buscar o Serviço de Inspeção Federal (SIF), etapa necessária para iniciar exportações.

Kennidy de Bortoli, mestre queijeiro e pesquisador do Biopark, venceu com a equipe o concurso de Melhor Queijeiro do Brasil 2024 e desenvolveu o Passionata. “Mais do que uma premiação, o reconhecimento internacional confirma o propósito do Biopark: transformar o Oeste do Paraná em um polo de excelência e criatividade, dentro e fora do país”, afirma. Engenheiro de alimentos, Bortoli se apaixonou pela queijaria ainda na infância, observando a produção artesanal da avó.

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