Adulteração

Quase 100 bombas de combustível são reprovadas em fiscalização no Paraná

Tatiana Pereira Rodrigues/IPEM

Você já parou para pensar se aquela bomba de combustível está mesmo entregando os litros que você paga? Pois é, nem sempre isso acontece. Uma megaoperação do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem-PR) realizada na última semana trouxe números preocupantes para os motoristas paranaenses.

Entre os dias 15 e 19 de setembro, fiscais do Ipem vasculharam 52 postos de combustível em dez cidades do estado. O balanço? Das 270 bombas analisadas, 169 foram aprovadas, mas 95 bombas foram reprovadas e outras seis acabaram interditadas – três em Maringá, duas em Londrina e uma aqui em Curitiba. Os autos de infração para estes casos já estão sendo preparados. A ação contou com apoio da Polícia Civil.

E não foram só as bombas que apresentaram problemas. A fiscalização também encontrou irregularidades em 22 fluidos de freio e em 51 arlas 32 – aquele redutor de poluentes usado em caminhões. O mais grave: 70 dos 73 produtos tinham registro inexistente.

Mas como funciona essa fiscalização? Os fiscais do Ipem percorreram Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Colombo, Campo Largo, Rolândia, Marialva, Jandaia do Sul e Paiçandu. A escolha dos postos não foi aleatória: eles foram selecionados a partir de denúncias recebidas pela ouvidoria e também pelo histórico de problemas em fiscalizações anteriores.

Quando uma bomba é interditada? Isso acontece nos casos mais graves, quando há prejuízo direto ao consumidor. Os problemas encontrados incluem vazamento de combustível na bomba medidora ou erro de medição acima do limite permitido pela legislação.

Já a reprovação ocorre quando a bomba apresenta alguma irregularidade que não necessariamente causa prejuízo na hora de abastecer. Um exemplo é quando uma lâmpada do painel da bomba está queimada.

A operação paranaense fez parte de uma ação nacional coordenada pelo Inmetro. Os postos notificados têm prazo para apresentar defesa antes das penalidades, que podem variar de R$ 100 a R$ 1,5 milhão, dependendo do prejuízo causado, reincidência e outros fatores.

Gabriel Perazza, diretor de metrologia e qualidade do Ipem-PR, explicou que a operação avaliou apenas o volume entregado ao consumidor, enquanto a qualidade do combustível é responsabilidade da ANP. “O que observamos foi um número dentro do esperado, semelhante ao que ocorre em fiscalizações de rotina. Muitas vezes não se trata de fraude intencional, mas de desgaste natural dos equipamentos. É impossível encontrar zero de irregularidades, mas é fundamental que os problemas sejam corrigidos”, avaliou.

Quer se proteger na hora de abastecer?

O diretor deu algumas dicas importantes:

– Confira se o preço do litro está visível no visor da bomba
– Verifique se o marcador parte do zero no início do abastecimento
– Observe a presença dos lacres azuis com a marca do Inmetro
– Acompanhe todo o processo de abastecimento
– Sempre peça a nota fiscal ao final

Em caso de dúvida sobre a quantidade de combustível abastecida, você pode pedir ao frentista que faça o teste volumétrico com a medida calibrada de 20 litros, que deve ter lacre e selo do Inmetro.

Percebeu alguma irregularidade? Denuncie!

A Ouvidoria do Ipem-PR recebe denúncias por e-mail (ouvidoria@ipem.pr.gov.br), pelo site www.ipem.pr.gov.br/Pagina/Ouvidoria, ou pelo telefone 0800 645 0102, que atende das 8h às 12h e das 13h às 17h de segunda a sexta-feira.

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