Parte da primeira etapa das obras da Linha Verde, em Curitiba, será entregue hoje de manhã pelo prefeito Beto Richa. O trecho totalmente pronto, com cerca de cinco quilômetros, começa no bairro Pinheirinho e termina no viaduto da Avenida Marechal Floriano Peixoto, no Hauer.
Na cerimônia, o prefeito irá plantar uma muda de pinheiro e descerrar uma placa comemorativa, que marcam o início da via. Em seguida, uma carreata de veículos antigos deverá seguir pela canaleta central.
“Hoje, 88% das obras da primeira fase estão realizadas”, informa o coordenador da Linha Verde, Wilson Justus. No índice, estão incluídos os cerca de sete quilômetros das transversais que cortam a avenida. Segundo ele, o grande desafio da implantação da Linha Verde tem sido tocar as obras e manter, ao mesmo tempo, a rodovia funcionando. “Ela é muito importante para ser fechada”, afirma.
A primeira etapa da Linha Verde tem, no total, 21,6 quilômetros de vias marginais – 21 quilômetros já estão prontos -, 31,9 quilômetros de binários e vias locais, que são as ruas que acompanham as marginais – 26 quilômetros foram concluídos – e 10 quilômetros de ciclovias, que estão 70% prontas. São, ainda, 11 quilômetros de canaletas, dos quais 9,7 estão concluídos.
Concreto
Com um piso que promete durabilidade de pelo menos 20 anos, não precisa de operações tapa-buraco, é mais seguro para freadas e exige menos intensidade na iluminação, as canaletas são uma das atrações da Linha Verde.
É sobre esse pavimento, feito de concreto, que os ônibus vão rodar. O uso do material não é exatamente uma novidade em Curitiba. Mas a nova avenida já tem, hoje, a via de concreto com a maior extensão na cidade.
De acordo com o engenheiro da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Alex Maschio, o valor mais alto do pavimento é compensado na manutenção, bem menos freqüente.
“Com oito anos, a vida útil do asfalto já pode acabar”, analisa. As maiores correções que a pista necessita devem ser feitas em até um ano, período em que possíveis problemas de instalação aparecem. “Mas as empreiteiras garantem a obra por esse tempo”, diz.
Segundo Maschio, a associação vem apoiando o projeto da Linha Verde desde o início. Além de estudos de viabilidade, a entidade treina as empreiteiras e cede a máquina usada na instalação.
Para ele, Curitiba está se tornando referência nacional em pavimentação de concreto. Mesmo assim, ele considera que há muito ainda a crescer. Na Europa, 20% a 25% da malha viária das cidades é feita do material. Em Curitiba, a taxa não chega a 2%.