Presenteísmo interfere na produtividade

A redução da produtividade não está apenas relacionada à falta dos funcionários no trabalho por motivos de saúde. Estudos feitos na última década revelam que o presenteísmo – termo dado a quem trabalha mesmo estando com algum problema de saúde -também puxa o lucro das organizações para baixo. O Instituto para Estudos da Saúde e Produtividade indica que as empresas norte-americanas chegam a perder US$ 150 bilhões por ano.

As pesquisas sobre o presenteísmo começaram na última década e revelam dados alarmantes. Segundo o diretor médico da Paraná Clínicas, Carlos Roberto Moten, em algumas empresas até 30% das pessoas trabalham com algum problema de saúde. Os mais comuns são as enxaquecas, dores nas costas, irritação, alergias, cansaço, ansiedade, angústia, depressão, insônia e distúrbios gástricos. Todas estas doenças dificultam a concentração e acabam afetando a produtividade. Segundo Carlos, o custo gerado pelo presenteísmo acaba sendo o mais alto de todos, superando até os gastos com salários. Muitas empresas já se deram conta disto e começam a dar mais atenção a saúde dos colaboradores. A Paraná Clínicas tem servido de suporte para muitas delas e desde 2001 faz atividades educativas.

Carlos explica que a Paraná Clínicas faz um mapeamento do perfil epidemiológico dos funcionários, dos problemas presentes no ambiente de trabalho e os fatores de risco. Depois, os funcionários são estimulados a adotar hábitos saudáveis.

A Eletrolux é uma das empresas que se destaca nesta área. Há três anos foi feito um mapeamento da saúde dos seus funcionários e diagnosticado os que têm doenças crônicas como diabetes e hipertensão. A empresa passou a fazer acompanhamento médico e nutricional, além de instalar uma academia para a prática de atividades físicas. "Em um ano a empresa perdeu mil quilos", fala a gerente de Recursos Humanos, Tânia Maranha.

As funcionárias que fazem atendimento ao público também receberam uma atenção especial. Durante o dia são convidadas a relaxar em um jardim que tem até um lago e música ambiente. "É um trabalho estressante e elas precisam estar bem para atender bem os consumidores", explica Tânia. A gerente afirma ainda que a empresa não mensurou a lucratividade dos investimentos feitos até agora, mas diz que o bom atendimento ganha a fidelidade de consumidores e o reajuste dos planos de saúde dos empregados ficam mais baratos devido a baixa sinistralidade.

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