População barra início de obras da Sanepar em Londrina

Cerca de 50 moradores da Chácara São Miguel, em Londrina, região norte do Paraná, protestaram ontem contra o início da construção da Estação de Tratamento de Esgoto Esperança (ETE) na região.

A estação gerou polêmica quando o governador Roberto Requião (PMDB) bateu boca com os mesmos moradores no final do ano passado, quando anunciou que a obra seria realmente naquele lugar. Ontem, por volta das 8h, a população impediu que tratores abrissem o caminho que daria início à construção.

De acordo com Vera Victorino, que mora na região há 20 anos, toda a população está revoltada com o início dessa obra. “Não entendemos como que o governador chega e faz uma ação dessas em nossa região. É muita arrogância. Estamos muito decepcionados e frustrados com tamanho desrespeito à população de Londrina”, disse.

A moradora afirma que a população fará plantão em frente a obra. “Apresentamos alternativas que nem foram vistas. Por isso a comunidade vai permanecer em peso na região para impedir que as obras continuem. Vamos resistir até que haja uma ordem judicial que nos diga que a chácara será realmente o local da construção. Não vamos aceitar uma imposição. Vamos resistir até quando aguentarmos”, ressaltou.

Segundo o gerente geral da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) na Região Metropolitana de Londrina, Sérgio Bahls, a Sanepar está seguindo ordens judiciais.

“Essa obra beneficiará diretamente 120 mil moradores da região. Passamos cinco anos discutindo os possíveis problemas ambientais, os quais não foram constatados. Não existe motivo a nível de impacto ambiental para não construirmos a estação. Mesmo assim temos pessoas que preferem atrapalhar com protestos”, afirmou.

Bahls disse ainda que pediu auxilio à Secretaria de Estado da Segurança (Sesp) para garantir que as obras continuem. “Vamos continuar com a presença de policiais que garantirão a integridade dos trabalhadores. Assim eles poderão executar suas funções de forma segura. Temos a missão de promover a saúde pública na região, mas estamos com um atraso de dois meses por causa da população local”, disse.

Caso os protestos continuem, Bahls afirma que pedirá na Justiça o pagamento pelos dias de atraso. “Os levantamentos apontarão os prejuízos que tivemos por conta do atraso. Vamos cobrar isso dos responsáveis pelos protestos. Fomos surpreendidos por essa manifestação. Não se trata mais de preocupação ambiental, mas sim de interesse em prejudicar a obra”, opinou.

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