Policiais federais preparados para greve

Policiais federais de todo o País estão em estado de alerta permanente para deflagrar uma possível greve da categoria. De acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e o Grupo de Entidades Representativas de Classe do Departamento de Polícia Federal (Gerc), é a primeira vez que agentes, delegados, peritos, escrivães, papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) e servidores administrativos são unânimes em paralisar as atividades. Os servidores já estão preparados para fazer operações padrão e outras estratégias de mobilização de protesto, informa a federação. No Paraná, o Sindicato dos Policiais Federais do Estado (Sinpef/PR) informa que vai aderir a toda e qualquer decisão tomada em âmbito nacional.

Ontem, na Bahia, os policiais federais paralisaram as atividades por 24 horas para alertar o governo. O estado foi o único a deliberar pela greve isoladamente. O motivo do protesto é o reajuste salarial negociado há mais de um ano junto ao governo, que, segundo o presidente do Sinpef/PR, Edson Carlos da Silva, tem até o próximo dia 30 para se posicionar a respeito. ?Erramos em dar prazo tão grande ao governo, mas se fizermos hoje uma paralisação, estaremos descumprindo o que ficou acordado?, afirma. A reposição salarial, segundo ele, deve ser escalonada, variando entre 30% a 65%, de acordo com cada categoria.

Em assembléia realizada ontem, a federação prometia decidir por um movimento nacional de protesto até que o governo acene com propostas de negociação. O resultado da reunião, no entanto, não foi divulgado até o fechamento desta edição.

Greve

A última greve deflagrada por servidores da PF foi em março de 2004, quando escrivães, agentes e papiloscopistas reivindicaram equiparação salarial equivalente à escolaridade de nível superior – uma vez que a lei 9.266/96 tornava obrigatório o ensino superior para ingresso na PF, como era o caso de delegados e peritos até então. Ficaram de braços cruzados por 61 dias. O reajuste salarial de 17% veio em setembro daquele mesmo ano, quatro meses depois do encerramento dos protestos. A reivindicação dos servidores, no entanto, era de um acréscimo de 85% sobre os salários. Agora, todas as categorias se unem para reivindicar as reposições salariais atrasadas há pelo menos doze anos. 

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