Qualidade da água, poluição, desmatamento e espécies de peixes são alguns dos aspectos que serão levantados com o mapa da região hidrográfica do Paraná, que está sendo preparado pela Agência Nacional de Águas (ANA). Em parceria com a organização não governamental (ONG) The Nature Conservancy, a ANA está organizando mais do que os tradicionais dados de vazão dos rios, volume de águas e condições do solo.
Segundo o coordenador-geral das assessorias da ANA, Antônio Félix Domingues, a idéia é construir um mapa que inclua indicadores biológicos, como biodiversidade e espécies invasoras nas águas. ?Será um conjunto de informações para futuras decisões visando melhoria da qualidade das águas, incluindo a preservação ambiental?, explica.
A Bacia do Paraná é a primeira das 12 bacias hidrográficas do País a ser contemplada pela ação. ?A região tem importância destacada dentro do País não apenas pela quantidade de população, mas pela economia forte, como na geração de energia elétrica, pela quase totalidade da produção de álcool e pela indústria canavieira que, entre todas as indústrias, é de longe a maior usuária de água no Brasil?, afirma Domingues.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 32% da população brasileira vive na Bacia do Paraná, que abrange parte dos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, mais o Distrito Federal. ?O crescimento de grandes centros urbanos, como Curitiba, Campinas e São Paulo, em rios de cabeceira, gera uma grande pressão sobre os recursos hídricos. Ao mesmo tempo em que aumentam as demandas, diminui a disponibilidade de água devido à contaminação por efluentes domésticos, industriais e drenagem urbana?, explica Domingues.