Pico em agosto

PR deve ser último estado a sair da pandemia e isso pode ser bom. Entenda!

Comércio fechado em Curitiba por causa da pandemia. Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná

Projeção da plataforma de ciências Funcional Health Tech prevê que o Paraná e Santa Catarina serão os últimos estados a atingir o pico de covid-19 – o que permitiu ter mais tempo para se preparar. Consequentemente, ambos os estados seriam os últimos a sair da pandemia.

Pela projeção, o Paraná deve atingir o pico da pandemia dia 24 de agosto. O adiamento do pico traz insegurança quanto à duração das medidas de isolamento social e quanto ao impacto econômico das medidas de prevenção. Entretanto, segundo as autoridades em saúde, é a melhor forma de se enfrentar a epidemia, já que ainda não há vacina e nem medicação com eficácia comprovada.

“O adiamento do pico significa o achatamento da curva. Indica que o estado teve tempo para se preparar para adequar as estruturas de saúde para atender à nova demanda. O pico mais tardio também tende a ser com um menor número de casos ativos simultâneos, fundamental para que o sistema de saúde não entre em colapso”, cita a diretora executiva da Funcional Health, Raquel Marimon.

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Segundo a projeções da empresa de inteligência de dados, o Paraná atingiria o pico com 66,7 mil casos ativos na última semana de agosto, o que corresponde a 0,6% da população. Somente Tocantins (0,4%), Bahia e Santa Catarina (ambas com 0,5%) teriam pico proporcionalmente menor.

No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o pico, previsto para 15 de agosto indica que haverá 2,3% da população com o vírus ativo; em Alagoas, 1,4%, com pico previsto para o próximo dia 17 de julho.

Além disso, a projeção da Funcional Health é de que o Paraná chegue a 334 mil casos confirmados ao final da pandemia – quase 10 vezes mais que os cerca de 35 mil atuais. Ainda de acordo com a empresa de tecnologia, o estado deve chegar a e, 2,34 milhões de pessoas infectadas pelo coronavírus, acrescentando os casos leves e assintomáticos que não foram ou serão submetidos ao teste diagnóstico.

“É uma curva epidemiológica a partir de um momento matemático e com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais. Consideramos os estudos internacionais que indicam que a cada caso diagnosticado há a estimativa de sete pessoas infectadas na população”, explica Marimon.

População infectada

Mesmo com a estimativa de que mais de 2 milhões de paranaenses sejam infectados, o estudo também indica vantagem do Paraná em relação ao restante do país. As projeções indicam que 20% da população paranaense acabará contraindo o vírus: só Tocantins (16%) e Santa Catarina (19%) têm projeções menores.

Por outro lado, a diretora da empresa de dados salienta a piora nos números do Paraná no último mês. “Numa projeção com base nos dados disponíveis até 29 de maio, tínhamos o indicativo de que 9,8% da população do Paraná teria contato com o vírus, enquanto a média nacional seria de 24,6%. Essa mudança na estimativa reflete a redução na tolerância ao distanciamento e o aumento exponencial dos casos no último mês”, cita.

Essa redução na tolerância ao distanciamento é, para Marimon, o maior risco do isolamento antecipado e prolongado a que o Paraná vem se submetendo. “O estado decretou cedo as primeiras medidas de isolamento e o vírus chegou com força mais tarde, bem depois de outras regiões. Talvez no começo pudesse ter sido adotada outra estratégia, incentivando o uso de máscara, restringindo as aglomerações, para deixar as medidas mais duras um pouco mais para frente”, aponta a pesquisadora.

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Por outro lado, a diretora da empresa de dados enfatiza que no começo da pandemia não havia tantas informações pra se tomar medidas públicas. “Quando as medidas foram tomadas no Paraná não se tinha conhecimento, não se tinha informação para tomar uma decisão melhor do que a que foi tomada. O adiamento do pico serviu para o estado estruturar sua rede de atendimento que, até agora, tem dado conta”, concluiu.


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