Pais têm oportunidade de acampar com crianças

O Dia dos Pais foi comemorado antecipadamente por alunos e pais do Colégio Novo Ateneu, em Curitiba. Numa iniciativa inédita da instituição, foi promovido entre a noite de sexta-feira e a manhã de ontem o evento “Dormindo na Escola”, em que os alunos de cinco a dez anos de idade participaram de uma série de atividades, incluindo o acampamento, sempre acompanhados dos pais. A idéia foi aprovada pelos homenageados.

O cirurgião-dentista Paulo Francisco Martins, 40, pai de Mariane, 9, revelou ter gostado principalmente da quebra da rotina. “Nunca tinha montado uma barraca antes”, contou. Para ele, também foi bom ver a motivação da filha, antes do acampamento e durante. Paulo admitiu que tem pouco tempo para Mariane e já garantiu presença no próximo evento que houver. “Saio de casa às 7h da manhã e só volto às 21h ou 22h, de segunda a sexta. No sábado, a gente acabo tendo que fazer uma coisa e outra, e só sobra mesmo o domingo para passar com os filhos.”

O pequeno Leonardo Greca, 9 anos, não escondia sua alegria ao fim do evento. Essa foi a primeira vez que o garoto participou de uma acampamento. “Para ele, foi bem marcante”, comentou o pai, Adriano, 33. Para o pai, o evento também foi importante. “É cada vez mais difícil a gente ter tempo para os filhos”, admitiu.

Entre tantos pais, uma mãe também estava eufórica com a alegria do filho. Era a comerciária Sara Portugal, 32, que participou da festa acompanhando o filho Gabriel, 7. “O pai não pôde vir, e achei que seria decepcionante para ele (filho) se não viesse ninguém”, comentou. Para ela, no entanto, não houve qualquer constrangimento em estar apenas entre tantos homens. “Havia várias meninas também. Além disso, a gente acaba sendo mãe e pai ao mesmo tempo.”

Aproximação

A psicopedagoga Alessandra Piva explicou que o objetivo era justamente promover a aproximação entre pais e filhos. “A idéia era tentar aumentar o vínculo com a criança e criar o momento de pai e filho”, conta. “Algumas mães até reclamaram, algumas ficaram com ciúmes, mas a gente avisou que seria um dia dedicado apenas a eles, os pais.”

Houve a participação de 64 pais, e o roteiro incluiu várias brincadeiras, gincanas, e montagem de barracas. Ontem pela manhã, cada criança levou uma cesta de café-da-manhã, preparada por ela mesma, ao seu respectivo pai. A brincadeira de caça ao tesouro fechou o evento: no caso, o prêmio final eram as próprias crianças, que traziam um pacote na cabeça e seus pais tinham que acertar quem eram seus filhos. “São, com certeza, os maiores tesouros da vida deles”, completou a psicopedagoga.

Filhos vão às compras na última hora

Cintia Vegas

Como acontece todo ano, em datas comemorativas, muita gente deixou para comprar o presente de Dia dos Pais na última hora. Ontem de manhã, embora o movimento em shoppings e no centro de Curitiba ainda não fosse o esperado pelos lojistas, alguns filhos atrasadinhos ainda “quebravam a cabeça” para decidir o que iam dar a seus pais.

O casal Jefferson Barbosa e Suzana Gomes Barbosa saiu de casa cedo com a intenção de evitar tumulto e filas. Encontraram lojas pouco movimentadas. “Acho que o movimento maior vai acontecer à tarde, porém preferi me prevenir”, conta Jefferson. “Não gosto de deixar para comprar presentes na última hora, mas trabalho e não tive tempo durante a semana.” Segundo ele, o ruim de deixar para o último dia é que o consumidor tem pouca oportunidade de pesquisar e a compra acaba sendo feita por precipitação. “Muitas vezes, quando faço isso, compro qualquer coisa só para evitar o corre-corre do comércio”, explica.

A comerciante Michele Veiga teve ontem seu dia de cliente. Ela deixou o trabalho de lado para comprar o presente do pai. Embora muitas lojas anunciassem liquidação, ela considerou os preços colocados nas vitrines muito altos. “As lojas estão dando descontos, mas muita gente está reclamando. Vou pesquisar bastante antes de comprar.” Mesmo na véspera do Dia dos Pais, Michele não tinha idéia de que presente comprar, pois considera muito mais difícil presentear o pai do que a mãe. “Para mulher, existem mais opções de presentes”, diz.

A professora Andrea Kowalski, também sem saber o que dar, resolveu aproveitar as liquidações de inverno. Acabou comprando uma boina. “As roupas de inverno estão com preços razoavelmente bons e decidi aliar uma coisa a outra”, afirma.

Já a comerciante Milene Pinheiro, resolveu assumir o papel dos próprios filhos e sair para comprar o presente do marido. Decidiu levar perfumes. “Deixei para comprar o presente na última hora, mas já tinha idéia do que queria adquirir. Isto facilitou bastante o trabalho e evitou que eu tivesse que andar de um lado para outro”, diz, acrescentando que teve pouco trabalho para pesquisar, pois os preços estavam acessíveis.

Recuperação

O movimento durante a tarde de ontem melhorou. A gerente de uma loja popular, Leila Rosemar Vireira Nunes, estima que a elevação das vendas foi de 40%, comparado ao período da manhã. “Fizemos diversas ofertas, aproveitamos para desencalhar algumas mercadorias,” comemora. Para outro lojista popular, Erivaldo da Silva Souza, mesmo com o maior movimento, as vendas ainda ficaram abaixo do esperado. (colaborou Elizangela Wroniski)

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