Captação

Organizações buscarão doadores de órgãos

A cada quatro potenciais doadores de órgãos, apenas um efetiva transplante no Paraná. Para mudar esta realidade, o governo estadual irá destinar R$ 20 mil por mês para seis Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), que irão buscar doadores em hospitais, abordar famílias e cuidar do transporte do órgão até que o transplante seja realizado.

Ontem foi inaugurada a OPO de Curitiba, no Hospital do Trabalhador (HT). Ainda esta semana serão inauguradas outras em Londrina, em Ponta Grossa e em Campina Grande do Sul.

No próximo mês, unidades em Cascavel e em Maringá também deverão ser inauguradas. Os lançamentos fazem parte das comemorações dos 15 anos da Central de Transplantes.

“Faltava um grupo de pessoas treinadas para fazer procura ativa e abordagem familiar. Nossa expectativa é aumentar muito o número de transplantes no estado”, afirma o secretário estadual de Saúde, Carlos Augusto Moreira Júnior, que é filho do médico que fez o primeiro transplante de órgãos no Paraná.

De acordo com ele, 35% das famílias abordadas no Brasil ainda se negam a doar. No HT, depois do surgimento de uma equipe especializada em captação e diagnóstico de morte encefálica, o número de doações de órgãos de pacientes neste quadro passou de quatro no ano passado para oito, de janeiro até outubro de 2010.

“Hoje somos os profissionais de saúde pedindo a doação. Um dia podemos ser os pacientes”, ressalta Nazah Cherif Youssef, coordenadora da OPO do HT. A unidade contará com seis equipes a partir de amanhã e será responsável por fazer buscas em Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) de Curitiba.

A expectativa é de que ela apresente resultados como o da captação de todos os órgãos de Gabriel Lopes Candioto, um garoto de nove anos que sofreu morte encefálica em Maringá na última quinta-feira (9). Pelo menos duas crianças de Curitiba foram salvas por estes órgãos no último final de semana.

Estrugildo Hennamann, 61 anos, que passou por um transplante de coração, garante que todo trabalho de conscientização é válido. “Se eu aguardasse mais tempo pelo transplante meu caso poderia ser fatal. Hoje a família do meu doador é como minha segunda família”, revela.

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