Perigo na cirurgia

Médicos do PR são presos por usar até 15 vezes equipamentos descartáveis em cirurgias

Foto: Divulgação/Polícia Civil.

Três médicos urologistas do interior do Paraná, além de uma secretária de consultório e uma instrumentadora cirúrgica, foram presos em operação da Polícia Civil nesta quarta-feira (11). Eles são suspeitos de reutilizar materiais cirúrgicos, como cateteres e outros equipamentos que deveriam ser descartados após o uso em cirurgias particulares. Alguns destes equipamentos chegavam a ser usados em até 15 cirurgias. Também foram presos três médicos em Goiás que também utilizavam estes equipamentos irregulares.

A polícia cumpre 20 mandados judiciais em Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão, no Noroeste do Paraná. Em Goiás, as buscas são nas cidades de Goiânia e Rio Verde.  Entre os mandados, há oito de prisões temporárias e 12 de busca e apreensão. Além dos médicos, uma instrumentador cirúrgica e a secretária de um consultório também são investigadas nesta operação por terem conhecimento do procedimento irregular.

LEIA+ Bope invade apartamento e rende mulher que mantinha mãe como refém em Curitiba

A operação da Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon) desta quarta é um desdobramento da Operação Autoclave, de setembro, também relacionada a reutilização de equipamentos cirúrgicos. Na ocasião, os alvos também eram médicos urologistas em Maringá, Mandaguaçu e Sarandi. Além dos médicos, os funcionários das empresa que forneciam os equipamentos cirúrgicos também foram investigados.

Ao aprofundar a investigação, a Delcon constatou que os equipamentos cirúrgicos irregulares eram vendidos não só a médicos do Paraná, mas também em Goiás. Segundo a polícia, todos os médicos tinham conhecimento de que os equipamentos seriam reutilizados.

 Lucro na cirurgia

Um equipamento original, descartável, que custava R$ 1,2 era adquirido pelos médicos por cerca de R$ 300 – lucro de 75%. E mesmo assim ainda eram reutilizados diversas vezes.

Tanto os médicos, a instrumentadora, a secretária e os vendedores dos equipamentos devem ser indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica e adulteração de produto terapêutico ou medicinal. O delegado Alexandre Macorin, que conduz o inquérito, prestará mais detalhes à imprensa da investigação ainda na manhã desta quarta.

O delegado Alexandre Macorin fornecerá o resultado e outros detalhes referentes à operação na Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor na manhã desta quarta-feira (11).