Obras

Linha Verde será inaugurada na sexta-feira

As obras da primeira fase da Linha Verde, em Curitiba, estão quase concluídas. Na sexta-feira, o trecho de 9,4 quilômetros da BR-476, entre os bairros Pinheirinho e Jardim Botânico, será oficialmente inaugurado, marcando a metade da obra que é considerada a maior intervenção urbana já feita no Paraná. O Estado preparou, para esta semana, uma série de matérias sobre a avenida. Todos os dias serão publicadas histórias, curiosidades, dados e, na última reportagem da série, no próximo domingo, uma entrevista exclusiva com o prefeito Beto Richa.

Mesmo faltando quase outros nove quilômetros para a conclusão final da via – que irá até o Atuba -, os dados sobre a Linha Verde já impressionam. Só na primeira fase, na qual foram investidos R$ 121 milhões, são 53,5 quilômetros de pistas novas, dos quais 47,1 quilômetros – ou 88% – já estão prontos, de acordo com a prefeitura. São canaletas exclusivas para ônibus com oito estações e duas pistas com três faixas de tráfego em cada sentido.

Anderson Tozato
Depois: Canaletas exclusivas para ônibus, mais iluminação e três faixas de pistas novas em cada sentido.

As duas pistas marginais de sentido único, para acesso aos bairros e ao comércio, estão praticamente concluídas. Um levantamento, fechado em 30 de novembro pela Unidade Técnico-Administrativa de Gerenciamento (Utag) da obra e divulgado na última semana pela prefeitura, informou que faltavam apenas 500 metros para a conclusão das vias. Mais de 90% das canaletas – incluídas as da Avenida Marechal Floriano Peixoto -, 50% da ciclovia e mais de 80% das pistas locais estão prontas.

Uma nova linha de ônibus, a Pinheirinho/Centro, deve utilizar as canaletas da Linha Verde nessa primeira fase. A linha, cuja demanda inicial é prevista em 35 mil passageiros/dia, chegará ao centro pela Avenida Marechal Floriano Peixoto. Ao longo do trajeto, os ônibus poderão fazer ultrapassagens com segurança, o que garantirá, de acordo com a prefeitura, mais rapidez nos trajetos.

Mais duas linhas – a Pinheirinho/Atuba e a Atuba/Centro -deverão ser inauguradas com a conclusão da segunda fase das obras. Ônibus alimentadores que cruzam a nova avenida também utilizarão suas estações. Isso permitirá aos passageiros que troquem de ônibus sem pagar nova passagem e sem precisar ir até um terminal.

Calçadas e ciclovias

Após a conclusão da primeira fase, pedestres e ciclistas poderão utilizar um total de seis quilômetros exclusivos de ciclovia e mais quatro compartilhados, além de 50 quilômetros de calçadas. A linha terá um parque linear com 21 mil metros quadrados, 5 mil árvores nativas, 800 mil mudas de flores e 350 mil metros quadrados de grama. Foram instalados, também, uma infovia de 25 quilômetros para transmissão de dados, sensores de monitoramento de tráfego em tempo real, semáforos inteligentes e um novo sistema de iluminação pública.

O conjunto de obras que compõe a Linha Verde não engloba só a BR-476. A prefeitura de Curitiba diz que, como o valor orçado inicialmente para a intervenção era de R$ 136 milhões, acabaram sobrando R$ 15 milhões para a realização de outras obras, como a reforma da Marechal Floriano – ao custo de R$ 13 milhões – e a ampliação da Rua Desembargador Westphalen, no valor de R$ 2,2 milhões.

Processo teve contratempos

A inauguração da primeira fase da Linha Verde marca um longo processo que iniciou em 2002, com a concessão, pelo Ministério dos Tr,ansportes, do trecho urbano da BR-476 – então BR-116 – à Prefeitura de Curitiba. As obras começaram em janeiro de 2007, graças a um financiamento concedido ao município pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Desde que a prefeitura assumiu o trecho já havia a intenção de transformá-lo em um eixo metropolitano. As obras da primeira fase estavam previstas para serem entregues em 15 meses. Porém, uma série de transtornos acabou atrasando os trabalhos.

Os operários encontraram, por exemplo, galerias pluviais e de cabos em locais inesperados, o que obrigou alterações nos projetos. A prefeitura também culpa as chuvas, que caíram intensamente em uma fase importante das intervenções, causando, inclusive, o desabamento de parte do viaduto da Avenida Marechal Floriano Peixoto. E não apenas a execução das obras teve problemas. A primeira licitação para a Linha Verde passou por uma intensa batalha jurídica.

Nessa época, a primeira fase da obra era menor: ia do Pinheirinho ao viaduto da Marechal Floriano. Uma das empresas não foi habilitada a participar e entrou na Justiça. A construtora ganhou a causa, mas o BID não aceitou negociar com ela. A licitação acabou sendo revogada e a prefeitura lançou novo edital, em agosto de 2005.

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