Para o professor Osmar Ponchirolli, a ética e o discernimento são a garantia de que a humanidade não vai sair perdendo com a clonagem. Ele, que é doutorando em clonagem, vai tratar do assunto em uma palestra, hoje, nas Faculdades de Administração, Ciências Educação e Letras (Facel), em Curitiba. Ele afirma que do ponto de vista científico não se pode descartar a possibilidade de a clonagem ser concretizada na espécie humana, porém atualmente não existe nenhum estudo confiável que comprove que ela já ocorreu.
Osmar lembra que a clonagem já é realizada com organismos mais simples e chegou mais perto dos seres humanos com o surgimento da ovelha Dolly, em 1997. O professor explica que o processo pode ser vantajoso, como trazer sérios conseqüências desastrosas. Entre as vantagens estão plantas com maior resistência à pragas, espécies protegidas de extinção e avanços na pesquisas de doenças. Para os humanos a criação de órgãos e tecidos para transplante.
Mas por outro lado podem surgir vários problemas, como o rompimento da barreira entre espécies. Osmar explica que a natureza tem uma lógica própria. Criar uma planta resistente a determinado inseto, pode fazer com ele procure outro habitat, ou desapareça e o seu predador natural fique sem alimento. Existe ainda a possibilidade de ocorrer uma mutação prejudicial à saúde do ser humano. A monopolização da tecnologia também não está descartada. Um exemplo é o que acontece com as sementes originadas de plantas transgênicas, que não germinam e agricultor precisa comprá-las a cada nova safra.
O professor destaca que existe hoje dois paradigmas sobre a questão. Há aqueles que não querem de jeito nenhum que haja avanços e aqueles que querem ir além, sem nem saber onde chegar. A ética e o discernimento seria o mediador entre os dois pontos de vista. Osmar destaca que a população só tem fantasiado sobre o problema, pensado em usar o processo para fazer um clone para continuar cuidando dos seus negócios, a procriação de forma técnica, pais que querem se projetar nos filhos, entre outras idéias.
Porém o professor destaca que várias entidades no mundo já manifestaram a sua opinião sobre o assunto, o que mostra que existe grande preocupação. A Unesco declarou que o genoma humano é patrimônio da humanidade e a igreja católica se posicionou contra a clonagem. Outras entidades e países também já adotaram alguma postura sobre o assunto.