Como já é tradição em Curitiba, foi realizada ontem, em frente à Catedral Metropolitana, uma série de solenidades em homenagem ao mártir da independência Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), que morreu em 21 de abril de 1792. O evento teve início com o hasteamento da bandeira nacional pelo secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, execução do hino e colocação de flores aos pés da estátua de Tiradentes, localizada quase ao centro da praça que leva seu nome.
Na seqüência, os presentes puderam ouvir discursos de autoridades políticas e militares, além de assistir a um desfile da tropa da Polícia Militar. O major da PM Roberson Luiz Bondaruk, que participou das festividades, contou que Tiradentes, por ter sido alferes da cavalaria, é tido como patrono das polícias. “Cerimônias como a realizada todo dia 21 de abril na Praça Tiradentes ajudam a fortalecer o civismo e o culto à memória de Tiradentes, considerado um exemplo de luta pela independência do Brasil. Sua figura nunca deve ser esquecida, tanto pelos policiais quanto pela população em geral”, afirmou.
Segundo Bondaruk, atualmente as pessoas estão perdendo o costume de cultuar os símbolos nacionais e figuras históricas consideradas importantes. “Às vezes, o patriotismo é deixado de lado. Muitas pessoas sabem que 21 de abril é feriado, mas não sabem o motivo. Pensam em dormir até mais tarde e em passear, mas não lembram que é dia de Tiradentes”, lamentou.
Ontem, em diversas regiões da cidade, era comum encontrar pessoas que não sabiam o significado do dia 21 de abril, o que comprova a teoria do major Bondaruk de que a população está se tornando menos patriota. A zeladora Glacy Dias, por exemplo, sabia que ontem era Dia de Tiradentes, mas havia esquecido que hoje (dia 22 de abril) é comemorado o descobrimento do Brasil. “Depois que a gente sai da escola, acaba esquecendo um pouco o significado destas datas”, disse.
Medalha
A cidade histórica de Ouro Preto assistiu ontem à entrega da Medalha da Inconfidência a 185 pessoas durante a comemoração do encerramento da Semana da Inconfidência. Além de relembrar um dos movimentos sociais e políticos mais importantes do País, o evento homenageou outras 66 personalidades pelos 20 anos das Diretas-Já, que marcou a redemocratização do Brasil na década de 80.
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e o ministro da Cultura, Gilberto Gil, que representa o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foram os anfitriões da cerimônia. Entre os agraciados com a Medalha da Inconfidência estão os governadores de seis estados e ministros de seis pastas, além do presidente do Banco Central, Henrique Meireles, o vice-presidente do Banco Mundial, Vinod Thomas, o teólogo Leonardo Boff, o cineasta e jornalista Arnaldo Jabor, a escritora Alaíde Lisboa, e o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo. A medalha é entregue a pessoas que se destacaram para a projeção de Minas no País.