Em um ato simbólico, os funcionários em greve dos Correios lavaram a fachada do prédio da agência central, na Rua João Negrão, em Curitiba. Os trabalhadores do Paraná prometem manter a paralisação até terem a reivindicação atendida.
Eles entraram em greve na terça-feira pedindo a incorporação nos salários de um adicional de risco de 30%. O valor estava sendo pago há três meses, e deveria ser integrado aos vencimentos a partir de março, o que não aconteceu. De acordo com a empresa, cerca de 1,5 milhão de objetos estão parados no Paraná.
Em assembléia na noite quarta-feira, os trabalhadores não aceitaram a proposta da direção da empresa de prorrogar por mais de três meses o pagamento do abono apenas Brasília resolveu encerrar a greve. Ontem à noite mantiveram a posição, já que não houve novas propostas. De acordo com a assessoria de imprensa dos Correios, a greve no Paraná tem a adesão de cerca de 65% dos trabalhadores. No entanto, o presidente Sindicato dos Trabalhadores nos Correios no Paraná (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues dos Santos, estima que a greve já atinge 90% do setor de entregas.
Santos acrescentou que mesmo que os trabalhadores de Brasília tenham votado pelo fim da greve, o movimento não enfraqueceu. ?Aqui no Paraná tivemos a adesão de Ponta Grossa e Londrina, o que demonstra que ele está crescendo?, ponderou. O sindicalista explicou que ontem à noite seriam avaliados os resultados das assembléias dos outros 32 sindicatos ligados à Federação Nacional dos Trabalhadores nos Correios. Até o momento 23 permanecem paralisados. Se 18 sindicatos aprovarem a proposta dos Correios, a greve acaba em todo o País.
Na última quarta-feira, os Correios ofereceram o pagamento do adicional por mais três meses (até julho) e se comprometeram a regulamentar o pagamento até lá. Os trabalhadores não aceitaram com o argumento de que esta foi a mesma promessa feita no final do ano passado e em março o pagamento cessou. Os funcionários querem também a revisão do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) das categorias de base.
