Governador do PR

Defensor do desarmamento, Ratinho Jr. afirma que ter arma é ‘decisão do cidadão’

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Autor da Lei do Desarmamento estadual e um dos líderes em 2005 da campanha pela proibição do comércio de armas no Brasil, o hoje governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), defende que a posse do armamento é uma “decisão do cidadão”. Ratinho Jr é aliado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que assinou na terça-feira (15) o decreto que flexibilizou a posse de armas no país.

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Em 2005, Ratinho, então deputado estadual de primeiro mandato pelo PPS, assumiu o papel de coordenador da “campanha do ‘sim’” no Paraná. Naquele ano, um plebiscito nacional fez a seguinte pergunta à população: “você é a favor da proibição do comércio de armas e munição no país? ”.

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Finalizada a consulta pública, com 63% de brasileiros favoráveis ao ‘não’, Ratinho lamentou o resultado na época, que significou a manutenção da venda de armas no Brasil. Em entrevista à Gazeta do Povo no mesmo dia do referendo, ele tratou a vitória do “não” como “um prejuízo enorme” e disse acreditar em dificuldades para diminuir os índices de violência.

Antes disso, em 2003, Ratinho Jr havia apresentando e conseguido aprovar um projeto de lei que estabeleceu indenização aos cidadãos que entregassem suas armas à autoridades (medida copiada pelo então governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ao ser inserida na Lei Federal do Desarmamento, também de 2003). À época, opositores defendiam o direito à legítima defesa para criticar medidas que visassem a retirada de armas da população geral.

Novo posicionamento sobre a posse de armas

Na última terça-feira (15), a reportagem procurou a assessoria do governador para um posicionamento sobre a questão. Foi informada de que a posição consta em entrevistas recentes dadas por Ratinho Junior.

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Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada em 15 de janeiro, ele foi questionado sobre a permissão para manter armas de fogo em locais de trabalho ou de residência. “Não acho que armar todo mundo vá resolver o problema de segurança. É uma opinião pessoal. Mas eu também não acho que o Estado tem o direito de não deixar as pessoas terem uma arma em casa. Isso pode ser uma decisão do cidadão”, afirmou.

Apesar de ter mudado de posição sobre a posse, o porte de armas ainda é um “não” para o governador. Na mesma entrevista à Folha de S. Paulo, Ratinho Jr pondera: “permitir que ele [o cidadão] ande com um revólver aí na cintura, eu tenho um pouco de medo. Segundo os dados que eu tenho, 60% das pessoas que cometem homicídio não têm antecedentes criminais. Cometem homicídios por brigas banais. A mulher tem três vezes mais chance de ser morta pelo marido, namorado ou amante armado do que por um bandido. O que eu defendo é que o governo tem que combater as armas ilegais: gente que não tem registro, ou que não tem autorização”.

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