Pires na mão

Funcionários se demitem e hospital pode fechar as portas

O Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, pode fechar as portas por falta de recursos financeiros, segundo a diretora financeira da instituição, Sueli Cruz.

Os funcionários do hospital estão sem receber desde maio. Vinte e dois funcionários pediram demissão e restaram apenas 24. As cirurgias foram suspensas, mas os internamentos continuam sendo realizados. O hospital tem 45 vagas para internamento e atende, em média, 300 internamentos por mês.

De acordo com Sueli, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) reduziu o repasse das Autorizações para Internamento Hospitalar (AIHs). Em abril deste ano, o hospital recebeu 269 AIHs e, desde maio, o índice caiu para 86 AIHs.

As autorizações são pagas por paciente atendido. Elas são repassadas pelo Ministério da Saúde à Sesa que, por sua vez, passa os recursos aos hospitais. O valor das autorizações é variável e depende dos procedimentos médicos.

A Sesa, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que o hospital recebe o pagamento das AIHs pela sua produção. “As AIHs são repassadas pelo número de atendimentos”, explicou a assessoria. Segundo a assessoria, as 86 AIHs recebidas pelo hospital foram programadas pela Sesa e pela Secretaria Municipal de Saúde de Almirante Tamandaré.

Questionada sobre a média de 300 atendimentos por mês do hospital, a assessoria informou que um levantamento feito pela Sesa e pela Secretaria Municipal de Saúde de Almirante Tamandaré mostrou que a maioria das internações feitas pelo Nossa Senhora da Conceição “não é necessária e poderia ter sido resolvida nas unidades básicas de saúde”.

O Hospital Nossa Senhora da Conceição atende pacientes de Almirante Tamandaré e de municípios da Região Metropolitana de Curitiba, como São José dos Pinhais, Rio Branco do Sul, Itaperuçu, Colombo, Cerro Azul e até da própria capital. Os atendimentos são de média complexidade e feitos somente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Nós queremos que o governo do Estado nos devolva as AIHs para dar continuidade ao atendimento e que ajude também a área de obstetrícia do hospital. Não nasce mais ninguém em Almirante Tamandaré. As gestantes têm que fazer o parto ou a cesariana em hospital de Curitiba”, concluiu a diretora financeira.