Falta de chuva prejudica agricultura no Estado

Ainda não há previsão exata de quando a estiagem que vem assolando o Paraná deve acabar. No entanto, o que o Instituto Tecnológico Simepar prevê é que o tempo seco e a baixa umidade devem permanecer pelo menos até sexta-feira. Mesmo após esse período, há poucas chances de chuvas pelo Estado, uma vez que a frente fria que vai se aproximar no final de semana é considerada fraca.

De acordo com o meteorologista Marcelo Brauer Zaicovski, essa inconstância no tempo se estende desde a segunda quinzena de fevereiro. “Há regiões no Paraná onde não chove desde esse período. Quando chove, a precipitação é de baixo volume, insuficiente para normalizar a situação. Para piorar, a tendência é que o inverno seja seco.”

Os efeitos dessa estiagem já atrapalham a agricultura paranaense. Segundo a engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Margorete Demarchi, o Paraná deve enfrentar perdas principalmente na segunda safra de milho e de feijão.

Demarchi informa que a redução no potencial de produção do milho passou de 6,33 milhões de toneladas para 5,78 milhões de toneladas, queda de aproximadamente 9%. No caso do feijão, a redução é ainda maior. As 441 mil toneladas previstas inicialmente passaram a 386 mil, queda de 13%.

Embora a estiagem venha castigando o Estado, a Sanepar informa que, por enquanto, ainda não há risco de racionamento de água em todo o Paraná. Mesmo com os mananciais, em especial da região sudoeste, reduzidos, a Sanepar garante que a população não irá sofrer com a falta de água.

Entretanto, em alguns municípios do oeste e sudoeste a companhia fez manobras operacionais, a fim de poder captar água dos mananciais em uma maior quantidade. Mesmo assim, a Sanepar alerta à população que economize o máximo possível.

Incêndio e cataratas

Devido à estiagem, o nível de alerta para focos de incêndio está elevado. No Parque Nacional de Ilha Grande, em Guaíra, oeste do Estado, o fogo que começou na última segunda-feira ainda não foi extinto e já consumiu uma área equivalente a 500 hectares.

Segundo a Defesa Civil do Estado, no momento o incêndio está controlado, mas os riscos continuam. O tempo seco e a falta de chuva dificultam os trabalhos do Corpo de Bombeiros. Além disso, o local para combater o fogo, um banhado, é de difícil acesso.

Cerca de 25 homens foram enviados para combater os focos de incêndio. O fogo se espalhou pelas laterais do parque e era possível ver a fumaça da Ponte Ayrton Senna, em Guaíra, distante mais de 50 quilômetros do local.

A estiagem atingiu também as Cataratas do Iguaçu, um dos principais cartões-postais do Paraná. O volume de água, que normalmente é de 1,5 mil metros cúbicos por segundo, está cinco vezes abaixo do normal, por volta de 310 metros cúbicos por segundo.

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