Estudo aponta que escolas públicas do Paraná são bem equipadas, mas mal conservadas

Foto: Arquivo / Soraia Sakamoto

As escolas públicas paranaenses estão entre as mais bem equipadas do país, ao mesmo tempo em que apresentam graves problemas de depredação. A situação foi levantada pelo Instituto Ayrton Senna, em um Diagnóstico da Educação de todos os estados brasileiros.

Segundo o levantamento do instituto, o Paraná é o terceiro melhor estado em infraestrutura básica das escolas públicas de ensino fundamental, com nota 7,6, atrás de Rio de Janeiro (7,8) e São Paulo (8,5). É o quarto na infraestrutura de apoio e quinto na infraestrutura pedagógica.

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O estado lidera, por exemplo, o ranking do percentual de escolas de ensino médico com laboratório de ciência (com 78%). É o segundo no ranking de bibliotecas nas escolas (91%) e terceiro no de quadras esportivas (89%). Também está entre os destaques no número de computadores e de laboratórios de informática. O estudo aponta relação direta entre o número adequado de computadores e a presença de biblioteca na escola ao rendimento escolar do aluno.

No entanto, as escolas do estado ainda apresentam problemas quanto às locações. Quase metade das escolas públicas do Paraná (48%) não está ligada à rede de esgoto. Em 45% das escolas do estado, não há água filtrada. Metade dos colégios apresentam problema no piso e 51%, no telhado, o que coloca o estado entre os 10 piores nos rankings de estado de conservação.

A Secretaria de Estado de Educação contesta alguns números, mas diz que a pesquisa reforça que a estrutura básica das escolas paranaenses é acima da média. “Já trabalhei em outros estados e a estrutura do Paraná é fora da curva. Mas é claro que quando se está determinado nível, o nível de exigência é maior”, diz o diretor de educação da Secretaria e Estado da Educação (SEED), Raph Gomes Alves, justificando que os números da degradação foram apontados em pesquisas autodeclaratórias com diretores e professores. Ele afirma que mais de 70% das escolas já têm ligações adequadas de esgoto e que todos os bebedouros e entrada de água utilizada na alimentação possuem filtros.

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O diretor lembra que os dados são relativos ao ano letivo de 2018 e cita que, neste ano, o estado investiu R$ 188 milhões em melhorias na estrutura das escolas. “Foram entregues 223 obras neste ano. Outras 61 estão em andamento e 152 com previsão de início para o mês de janeiro, aproveitando o período de férias”, diz.

Sobre a posição de destaque do Paraná nos rankings, Alves cita que, “a gente pegou uma rede que, do ponto de vista de equipamento ela está relativamente servida. Só que quanto ao uso dela, quanto à apropriação desses equipamentos para uso pedagógico, ainda é pouco. Então, o que a gente está fazendo é aproveitando essa infraestrutura que já está ali estabelecida, para fazer um trabalho de capacitação quanto ao uso para que você tenha tanto o uso da tecnologia quanto a promoção”, diz.

Ele destaca as ações para capacitar os professores para atuarem com programação e o projeto de reposição dos acervos das bibliotecas das escolas, no qual foram investidos R$ 5 milhões em aquisições de livros (com participação dos alunos nas escolhas dos títulos) neste ano.

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