Estado promete melhorias na Ilha do Mel

A primeira reunião do Conselho Gestor da Ilha do Mel deste ano, realizada ontem, colocou em pauta pendências há muito reclamadas pelos moradores. Dentre elas, a reforma do trapiche de Brasília e a regulamentação do uso em Encantadas, que deve ser em breve elaborada. Os 14 conselheiros, entre representantes dos governos estadual e municipal de Paranaguá, membros de associações de moradores e comerciantes locais, também discutiram o plano de utilização da ilha, prometido há 25 anos pelos gestores públicos e até hoje ainda não colocado em prática.

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado, Rasca Rodrigues, destacou o prazo para finalização da reforma do trapiche em Brasília, com o qual ele espera atender melhor aos turistas para uma das épocas de maior movimento na ilha. ?Estamos tentando acelerar as obras para que fiquem prontas antes do Carnaval. Mesmo assim, não está havendo impedimento de atracamento e nem prejuízo quanto à operacionalidade e a segurança no transporte?, afirma. A demora na conclusão dos trabalhos, que já duram sete meses, aconteceu, segundo o secretário, por necessidade de reformulação no projeto. A obra vai custar R$ 80 mil e, de acordo com Rasca Rodrigues, resultará em uma reformulação total, com flutuantes mais duráveis e menor exigência de manutenção.

Em Encantadas, o que falta é a regulamentação do uso do trapiche, prometida pelo secretário para breve. ?Não há regra para tempo de embarque e desembarque, o que nós vamos estipular. Na segunda-feira (29) vou fazer uma portaria regulamentando a utilização?, promete. A medida valerá também para o trapiche de Brasília e os usuários serão orientados no local a respeito das normas. O desrespeito acarretará multa.

Rodrigues apresentou também o plano de uso da ilha para que seja discutido junto à comunidade. ?Temos de regulamentar a parte de ocupação, eliminação de trilhas e aumento da área de preservação em cerca de 1% a 2%.? Hoje, 96% da ilha é formada de áreas de preservação permanente. O último plano, datado de 1982, remonta à época em que o governo federal repassou os cuidados da Ilha do Mel ao governo do Estado.

A promessa de atualização é tão antiga quanto o plano, afirma o presidente da Associação Comercial e de Turismo da Ilha do Mel, Carlos Gnata. ?O Jaime Lerner ficou oito anos desenvolvendo o plano e assinou para o Requião implantar. Ele não gostou do plano, engavetou e mandou equipe para elaborar outro. Houve algumas consultas públicas e, em muitas delas, foi discutido com a comunidade e todos colocaram suas opiniões. Mesmo assim, passaram-se mais quatro anos dessa forma?, recorda. Para ele, se dessa vez o feito sair do papel, vale priorizar a comunidade: ?A maior parte da ilha já é preservada e deve continuar assim. Agora é preciso se preocupar com a parte ocupada, que necessita investimento público há anos?.

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