Erasto Gaertner inaugura ala e tenta reduzir déficit

O Hospital Erasto Gaertner, referência em tratamento do câncer, inaugurou ontem um setor de atendimento destinado a pacientes particulares ou que tenham planos de saúde. Com a medida, a direção da entidade espera ampliar o número de atendimentos particulares, que hoje representa 10% do total, elevando também a receita mensal. Hoje, esses pacientes são responsáveis entre 35 a 40% da arrecadação da entidade, que acumula uma dívida de R$ 3,5 milhões.

Hoje, tanto os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) como particulares, são atendidos no mesmo ambulatório. A nova ala, que tem 100 metros quadrados, tem recepção, quatro consultórios e um posto de coleta de análises clínicas. Segundo o diretor do hospital, Luciano Biasi, o novo espaço deve ajudar a elevar a receita mensal. Os gastos atuais do hospital giram por volta de R$ 2,1 milhões, sendo que o SUS repassa apenas R$ 1,4 milhão deixando um prejuízo mensal de 30%.

Mas Luciano frisa que a nova área não significará diferença de atendimento. Tanto os pacientes do SUS como os outros vão continuar tendo a mesma qualidade. “Ambos são atendidos pelos mesmos médicos, recebem os mesmos remédios e o mesmo tratamentos”, fala. A única mudança se refere apenas às instalações.

Redução de gastos

Para equilibrar as contas, a direção do hospital vem reduzindo gastos. No primeiro semestre de 2002, a entidade ficou devendo R$ 938 mil. Com mudanças na forma de gerenciamento e controle de gastos, conseguiram baixar para R$ 380 mil. ” Mas esperamos baixar ainda mais”, fala. Mesmo assim, ele frisa que não vão conseguir equilibrar as contas se não houver reajuste na tabela do SUS. “Há oito anos não há um reajuste que realmente cubra o que se gasta”, afirma. Além disso, em outubro os funcionários do hospital vão ter reposição salarial, trazendo mais desequilíbrio às contas.

Segundo a Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), não há boas perspectivas de reajuste por parte do governo. A julgar pela proposta orçamentária do Mistério da Saúde, que passa a incluir o financiamento de campanhas como o Programa Fome Zero. Se a proposta continuar como está, a pasta da Saúde perderia quase R$ 4,5 bilhões, a que tem direito a mais em 2004.

Ampliações

Mesmo com as dificuldades, o diretor do hospital também fala em ampliações. O ambulatório que tem 420 metros quadrados seria substituído por outro que está em construção e conta com 1.200 metros quadrados. Ele vai ser destinado a pacientes do SUS. “Ainda não sabemos quando vamos inaugurar”, fala o diretor. A cada ano, o Erasto Gaertner aumenta em cerca de 20 mil o número de atendimentos ambulatoriais. Em 2002, foram 178 mil e este ano deve chegar aos 200 mil. O novo espaço significa mais conforto e atendimento humanizado.

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