Encontro discute aids e Doença Falciforme entre população negra

Começa neste sábado (16) e segue até a terça-feira (19), em Curitiba, o I Encontro de População Negra do Paraná em DST/HIV/Aids e o II Encontro de Pessoas com Doença Falciforme. O evento, organizado pela Rede de Mulheres Negras/PR e pela Associação das Pessoas com Doenças Falciformes do Paraná, conta com a parceria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

“Os dois eventos são desenvolvidos paralelamente por que têm o mesmo objetivo: sensibilizar os profissionais de saúde para que respeitem e entendam as necessidades da população negra”, explica Ângela Martins, integrante da Rede de Mulheres Negras. Segundo ela, o “preconceito ainda existe e é institucionalizado”.

Além disso, de acordo com a presidente da Associação de Doenças Falciformes, Rosilda Quintilhano, ainda há muita desinformação. “É comum que o próprio paciente alerte o médico sobre a doença falciforme. Muitas vezes, ela é diagnosticada e tratada como anemia”, informa.

Segundo os organizadores, a princípio, eram esperados 80 participantes. Entretanto, esse número foi ultrapassado e fechou em 120 pessoas. Destas, 40 são profissionais de saúde. Dentre os temas que serão abordados estão direitos das pessoas com doença falciforme e alimentação nutricional adequada – levando em conta tanto a necessidade nutricional quanto a tradição da população negra.

Falciforme

A doença é hereditária e caracteriza-se por uma alteração nas hemácias como uma deficiência na hemácia, pouco conhecida pela população. Os sintomas são cansaço, infecção, olhos amarelados e inchaço.

No Brasil, existe mais de 8 milhões de pessoas com doença falciforme. “Muitas descobrem depois de adulto, quando já estão com sintomas acentuados. Mas ela também pode ser detectada através do teste do pezinho”, explica Quitilhano.

A doença não tem cura e necessita de tratamento continuado.

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), faz o acompanhamento de 120 pacientes cadastrados – 40% destes na faixa pediátrica. De acordo com o médico hematologista do Hemepar, Giorgio Baldanzi, o atendimento é tanto ambulatorial, quanto de prevenção às complicações infecciosas. “Além disso, também é realizada – aos pacientes cadastrados – a distribuição de medicamentos que amenizam as dores que acompanham essa doença” informa.

Em algumas situações, o paciente necessita de transfusões sanguíneas. “As regulares, todo mês, ocorrem quando o paciente teve algum tipo de acidente vascular. Há ainda, a transfusão pontual, em alguns quadros infecciosos ou crise hemolítica (destruição rápida dos glóbulos vermelhos)” explica Baldanzi.

AIDS

Durante 2007, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou mais de 30 milhões de portadores do HIV. No mesmo ano, ocorreram 2,5 milhões de novos casos de infecção, além de 2,1 milhões de mortes ocasionadas em conseqüência da aids.

No Paraná, o último relatório, de 2006, aponta 983 novos casos diagnósticos de HIV/aids. Destes, 23,7% dos pacientes faleceram. As regionais de Paranaguá e Metropolitana são as com maior incidências de diagnósticos, 19,22 e 16,55 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.