Esquema

Empresa de São José dos Pinhais superfaturava lixo

Quatro pessoas foram indiciadas por estelionato pelo Centro de Operações Especiais (Cope) da Polícia Civil, ontem, em Curitiba, após a derrubada de um esquema de superfaturamento do valor pago pela tonelada de lixo doméstico de São José dos Pinhais, na região metropolitana.

A empresa Ecosystem Serviços Urbanos Ltda., responsável pela coleta do lixo doméstico na cidade desde 2003, estava transportando lixo industrial para o aterro da Caximba junto com o resíduo gerado pela população. A fraude proporcionava aumento da carga dos caminhões e, consequentemente, elevava em 30% o valor pago pela prefeitura pelo serviço.

A investigação partiu de uma denúncia anônima feita por funcionários da empresa. “Eles afirmaram em depoimento que realizaram o transporte de vários carregamentos de resíduos industriais, provenientes de outros locais, para o aterro da Caximba, como se fosse lixo doméstico da cidade”, explica o delegado Francisco Caricati.

“Trata-se de um sistema bem armado para aumentar o peso do resíduo recolhido na cidade. Com base nos documentos, foi possível comprovar e desmontar toda assa fraude”, completa o delegado-chefe do Cope, Miguel Stadler.

De acordo com o delegado, a média mensal encaminhada ao aterro pelos veículos da Ecosystem chegava a 4,5 mil toneladas. Em dezembro do ano passado, o valor pago por tonelada era de R$ 89. Já em janeiro, chegou a R$ 100,45.

“A empresa atual está recolhendo, em média, três mil toneladas e cobrando R$ 85 por tonelada. Este é outro forte indício que desmascara a fraude”, afirma Caricati. O contrato da prefeitura com a Ecosystem venceu em fevereiro e não foi renovado, já que a empresa queria aumentar os valores no novo contrato.

Investigações

Durante mais de uma semana, o Cope ouviu vários depoimentos e periciou centenas de documentos da empresa. “Além dessas quatro pessoas indiciadas, estamos verificando a participação de mais dois funcionários, outros dois sócios-gerentes da empresa e ainda pessoas da prefeitura”, adianta o delegado.

A Ecosystem tinha contrato com a prefeitura há seis anos. A polícia não sabe ainda há quanto tempo a fraude estava acontecendo. Os indiciados podem responder pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha e ainda crime contra o patrimônio público.

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