Dono de terreno invadido vai à polícia

Os proprietários da área invadida na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) apresentaram ontem denúncia junto ao 11.º Distrito Policial, em Curitiba. De acordo com o advogado Arivaldir Gaspar, que representa o casal José Manoel da Costa Leite e Anna Hondina – proprietários da área -, foi formulado pedido de abertura de inquérito policial para apurar quem são os responsáveis pela ação. Quatro pessoas já foram identificadas, segundo o advogado. A invasão aconteceu na madrugada de sexta-feira, e no local estão instaladas cerca de cinqüenta famílias.

“Foram cometidos crimes como ameaça de morte contra os proprietários, ofensas morais, além de rompimento de cerca, entre outros”, citou o advogado. Hoje ele deve apresentar junto à Justiça pedido de reintegração de posse.

A área invadida – cerca de 48 mil metros quadrados -, explicou, faz parte de uma área maior, adquirida por usucapião ordinária por José Manoel. O advogado explicou que o filho do proprietário, Dirceu da Costa Leite, era o procurador da área e fez um acordo, à revelia do pai, transferindo a parte que hoje está invadida ao senhor Wilson Ramos. “O José Manoel, ao tomar conhecimento da transferência, nos procurou e interpusemos um ato de nulidade”, explicou o advogado. No início deste ano, o juiz da 14.ª Vara Cível, Carlos Eduardo Andersen Espínola, decretou a nulidade da escritura e registro da matrícula, reconhecendo a legitimidade de posse do casal. Segundo o advogado, a ação está em fase de recurso e se encontra no Tribunal de Alçada. “Não sabemos ainda se o senhor Wilson Ramos está envolvido nessa invasão”, falou.

Área irregular

De acordo com um dos líderes da invasão, João Carlos Benelli, a idéia é assentar no terreno setenta famílias que teriam feito um cadastramento. Segundo ele, essas pessoas não têm condições de pagar aluguel, e resolveram invadir porque sabem que a área não está regularizada. A maioria dos que estão no terreno veio de um loteamento que fica ao lado do local. Eles teriam comprado lotes parcelados, com a promessa de receber a escritura da área assim que legalizasse a situação do terreno.

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