A causa do desbarrancamento que engoliu parte de uma rua e provocou o fechamento de parte do Contorno Norte (PR-418) no bairro Butiatuvinha, em Curitiba, no último sábado, ainda é motivo de controvérsias por parte da Sanepar e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). De um lado, o DER aponta que o deslizamento ocorreu devido ao rompimento de uma adutora de água da companhia. De outro, a Sanepar defende que a rede não teria porte para causar o desabamento. A previsão de liberação do tráfego no contorno era para ontem à noite.
Informações iniciais colhidas no local davam conta de que o desbarrancamento poderia ter sido ocasionado por ligações de esgoto depositadas no solo. Ontem, porém, o superintendente do DER, Ricardo Martins de Barros, informou que o incidente ocorreu devido ao rompimento do duto, localizado em cima do barranco. ?Isso causou instabilidade no talude, que se locomoveu e afundou?, disse.
Mas a Sanepar contesta a explicação. Por meio da assessoria de imprensa, a companhia alegou que ?não existe a menor possibilidade de a rede (que tem 7,5 centímetros de diâmetro) ter provocado o deslizamento?, uma vez que não possui vazão para afetar uma encosta daquele porte. De acordo com a Sanepar, o máximo que um vazamento poderia provocar no local seria ?uma erosão superficial de fácil identificação?.
Moradores chegaram a constatar uma grande rachadura em cima do barranco dois dias antes do deslizamento, o que a empresa afirma ter sido anterior ao rompimento. De acordo com a companhia, o desbarrancamento é que teria desestabilizado a rede e provocado a quebra. O superintendente do DER, no entanto, atesta ter registros fotográficos que comprovem sua versão. ?Depois vamos confrontar essas provas e os argumentos que apresentarem para tomada de providências.? Para Barros, ?se não tivesse havido vazamento de água, não haveria desmoronamento?. Como forma de garantir a segurança no local, o DER fará obras de contenção para dar estabilidade à encosta.