Cuidado redobrado com animais peçonhentos

À medida que o verão se aproxima, a população deve estar atenta a possíveis acidentes com animais peçonhentos, como aranhas, serpentes, escorpiões e até certos tipos de lagartas. É justamente nessa época que acontece a maior parte dos ataques, já que o clima quente contribui para que os bichos saiam da toca em busca de alimento ou para reprodução. Se houver descuido, o homem pode ser a vítima e, nesse caso, seguir as recomendações adequadas é fundamental, uma vez que a picada de qualquer animal peçonhento pode levar à morte se não for tratada da maneira correta.

Entre as aranhas, a marrom é a que mais aparece nos dias quentes, principalmente pela proliferação de pequenos insetos, seu principal alimento. Comum na capital e Região Metropolitana, o diagnóstico é facilmente confundível, como explica a chefe da divisão de zoonoses e intoxicações da Secretaria de Estado da Saúde, Gisélia Rubio. "O veneno ocasiona uma espécie de necrose. As pessoas acham que é picada e em muitos casos não é", afirma. Tanto que a secretaria passou a analisar com mais rigor as suspeitas. "Este ano registramos 3.711 casos no Paraná e no ano passado 6.437. A diferença é porque as validações estão mais criteriosas." Até hoje, apesar dos milhares de casos registrados, apenas uma pessoa morreu em decorrência da picada em 1996, em São José dos Pinhais.

Mas o quadro só evolui dessa forma se houver uma infecção secundária. Para evitá-la, deve-se no máximo usar uma compressa de água gelada sobre a picada e ir até o médico, sem usar das crendices populares, como colocar cebola, etc. "Se colocar alguma substância dessas, pode aumentar a lesão e, conseqüentemente, as chances de uma infecção."

Outro alerta é quanto às lagartas do tipo lonomia, comuns principalmente nas cidades que se concentram entre o centro e o sul do Estado. Mais conhecidas como taturanas, elas queimam a pele e ocasionam hemorragias. "O problema é que às vezes a pessoa acha que é uma queimadura qualquer e não procura o médico. Mas no segundo dia começa a sangrar a gengiva ou o nariz e o local atingido fica roxo", delimita a chefe de zoonoses. Se houver vômito, é sinal de gravidade. "O óbito pode acontecer depois do quarto dia, caso a pessoa não procure tratamento, feito com soro", explica. O número de mortes por causa de taturanas em todo o Estado chega a seis desde 1986, quando foram registrados os primeiros casos. O último foi no ano passado, em Tijucas do Sul.

Serpentes

Animal que exige atenção, as serpentes matam no Paraná entre três e quatro pessoas todos os anos, principalmente nas regiões de Campo Mourão e Guarapuava. Mas se engana quem pensa que o perigo mora apenas na área rural. "Se tiver mato em volta da cidade, o risco é o mesmo. Registramos casos até em Curitiba", avisa Gisélia. A recomendação é nunca amarrar, cortar ou chupar o local ou tomar qualquer tipo de medicamento. "Se der, pode-se no máximo lavar a área da picada com água e sabão e ir direto para o hospital." Vários municípios do Estado têm soro à disposição; além disso, há serviços de emergência que orientam sobre os locais onde a vítima pode tomá-lo. Um deles é o Centro de Controle de Envenenamentos de Curitiba, que atende pelo telefone 0800 410148.

Já os escorpiões nunca fizeram vítimas fatais no Estado, mas pelo menos duzentas pessoas por ano se envolvem em acidentes com os bichos no Paraná. Como a dor é intensa, geralmente o auxílio médico é buscado imediatamente. O procedimento, nesse caso, é o mesmo que das serpentes, com aplicação de soro.

Voltar ao topo