Crianças brasileiras usam drogas a partir de 10 anos

Brasília (ABr) ? Especialistas e médicos têm um motivo a mais para se preocupar com os índices de consumo de drogas no Brasil. De acordo com dados da Secretaria Nacional Antidrogas, é cada vez mais jovem o perfil dos usuários: crianças começam a consumir drogas lícitas e ilícitas por volta dos 10 anos de idade.

“Antes, nossa preocupação era com jovens de 16 a 21 anos”, informou a presidente do Conselho de Entorpecentes do Distrito Federal, Rosilda Oliveira. A preocupação é dividida entre médicos, especialistas, professores e pais. Durante a Semana Nacional Antidrogas, o 0800 da Secretaria Antidrogas chega a receber cerca de mil ligações por dia. Esse número representa mais que o dobro de ligações em dias normais.

Dúvidas

Na maioria dos casos, são pessoas que pedem publicações sobre o tema ou querem esclarecer dúvidas com os especialistas que participam da semana. Nesses momentos, os organizadores chegam a registrar cerca de sessenta ligações.

Dados da Escola Paulista de Medicina mostram que 25% dos jovens brasileiros já experimentaram algum tipo de droga. O problema tem mobilizado setores do governo, como a Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

Drogas lícitas

O secretário Nilmário Miranda defende medidas contra as chamadas drogas lícitas, com um controle mais rígido sobre a propaganda de bebidas nos meios de comunicação. Para ele, é preciso deixar de associar bebida a comportamentos positivos e sadios, como acontece nas atuais propagandas exibidas na televisão.

Nilmário Miranda explica que somente programas de geração de renda, inclusão social e educação podem contribuir para reduzir o número de usuários.

Tendência preocupante

De acordo com a diretora de Prevenção e Tratamento da Secretaria Antidrogas, Paulina Vieira, dados comprovam que o consumo de drogas no Brasil, em comparação com outros países, é relativamente baixo. Contudo, enquanto, nos outros países, o consumo tende a baixar, no Brasil, existe uma tendência de crescimento e precocidade de consumo.

Ao destacar o papel da família no combate às drogas, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, ministro Jorge Armando Félix, destacou o papel da família no combate às drogas, papel que, inclusive, é tema da Semana Antidrogas “Quando a família chega perto, a droga fica longe”. De acordo com o ministro, é preciso restaurar o papel da família no combate às drogas e reconhecê-la como uma rede de proteção ao uso de drogas.

Omissão

O psiquiatra e coordenador do Programa Integrado de Saúde Mental Comunitária, Adalberto Barreto, disse que a família tem se mantido longe do problema das drogas: “o filho se sente um pouco abandonado, e a droga vem a assinalar esse distanciamento. O excesso de liberdade pode representar um certo abandono. A família precisa chegar mais perto”, explicou.

O especialista fala de um tipo de jovem que preocupa mais: é aquele que não foi educado para, em alguns momentos, se frustrar e tem todos os desejos satisfeitos pelos pais. “Aquele que não suporta a frustração e o próprio sofrimento pode buscar a satisfação nas drogas”, afirmou o médico.

Serviço – A Semana Nacional Antidrogas vai até quinta-feira (26), no Anexo I do Palácio do Planalto. A secretaria dispõe de um serviço de atendimento à população. O número é 0800-61-4321. No Distrito Federal, a população pode buscar orientação no Conselho de Entorpecentes pelos telefones (61) 323-7708 ou 323-8729.

7.ª Ação em Favor da Vida

A prevenção ao uso de drogas será discutida em todo o Paraná nesta semana. A proposta faz parte da 7.ª Ação em Favor da Vida (Previda 2003), promovida pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Justiça. Além de palestras e teleconferências, serão desenvolvidas diversas atividades envolvendo escolas e comunidade em geral.

A Previda foi aberta oficialmente ontem, na Assembléia Legislativa, quando o secretário da Justiça, Aldo Parzianelo, assinou convênio com entidades de formação para capacitar agentes multiplicadores em prevenção ao uso indevido de drogas lícitas e ilícitas. Segundo Parzianelo, até o início de 2004 serão sensibilizados 1,6 milhão de estudantes no Paraná, e 75 mil professores já receberam treinamento para desenvolver o tema com os alunos.

De acordo com o secretário, o combate às drogas precisa ser uma prioridade no País, pois as estatísticas apontam que a situação está alarmante. Segundo pesquisa da Secretaria Nacional Antidrogas, em média, uma criança com 9 anos já é abordada por traficantes nas imediações dos colégios. Hoje, em cada dez crianças no País, três já estão envolvidas com drogas lícitas (como cigarros e álcool) ou ilícitas (maconha, cocaína e ecstasy, entre outras).

Repressão

“Os números se tornam mais preocupantes quando o governo federal constata que 19% da população brasileira, cerca de 25 milhões de pessoas, são dependentes químicos. O poder público precisa acordar para essa realidade”, frisou Parzianello. Para isso o governo pretende estimular a instalação de conselhos antidrogas em todo o Paraná, para que cada município possa implementar políticas públicas dentro da realidade de cada região.

A primeira prevenção contra as drogas deve ser feita no lar, por meio do diálogo dos pais com os filhos. “Conversar não é só linguagem verbal, mas também corporal, quando se abraça o filho demonstrando segurança e confiança”, ponderou o secretário, ressaltando que o governo estadual não vai descuidar da repressão. Para isso, utilizará todo o efetivo policial no combate aos conhecidos pontos de droga. O Narcodenúncia 161 ? lançado na semana passada ?, serviço telefênico para que a população denuncie anonimamente traficantes que agem no Estado, também faz parte das medidas. (Rosângela Oliveir A prevenção ao uso de drogas será discutida em todo o Paraná nesta semana. A proposta faz parte da 7.ª Ação em Favor da Vida (Previda 2003), promovida pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Justiça. Além de palestras e teleconferências, serão desenvolvidas diversas atividades envolvendo escolas e comunidade em geral.

A Previda foi aberta oficialmente ontem, na Assembléia Legislativa, quando o secretário da Justiça, Aldo Parzianelo, assinou convênio com entidades de formação para capacitar agentes multiplicadores em prevenção ao uso indevido de drogas lícitas e ilícitas. Segundo Parzianelo, até o início de 2004 serão sensibilizados 1,6 milhão de estudantes no Paraná, e 75 mil professores já receberam treinamento para desenvolver o tema com os alunos.

De acordo com o secretário, o combate às drogas precisa ser uma prioridade no País, pois as estatísticas apontam que a situação está alarmante. Segundo pesquisa da Secretaria Nacional Antidrogas, em média, uma criança com 9 anos já é abordada por traficantes nas imediações dos colégios. Hoje, em cada dez crianças no País, três já estão envolvidas com drogas lícitas (como cigarros e álcool) ou ilícitas (maconha, cocaína e ecstasy, entre outras).

Repressão

“Os números se tornam mais preocupantes quando o governo federal constata que 19% da população brasileira, cerca de 25 milhões de pessoas, são dependentes químicos. O poder público precisa acordar para essa realidade”, frisou Parzianello. Para isso o governo pretende estimular a instalação de conselhos antidrogas em todo o Paraná, para que cada município possa implementar políticas públicas dentro da realidade de cada região.

A primeira prevenção contra as drogas deve ser feita no lar, por meio do diálogo dos pais com os filhos. “Conversar não é só linguagem verbal, mas também corporal, quando se abraça o filho demonstrando segurança e confiança”, ponderou o secretário, ressaltando que o governo estadual não vai descuidar da repressão. Para isso, utilizará todo o efetivo policial no combate aos conhecidos pontos de droga. O Narcodenúncia 161 ? lançado na semana passada ?, serviço telefênico para que a população denuncie anonimamente traficantes que agem no Estado, também faz parte das medidas.

“Anjos da Escola” levam prevenção aos estudantes

Combate ao uso de drogas nas escolas. Ontem foi a vez dos alunos do Colégio Estadual do Paraná assistirem a apresentação que o Tático Integrado Grupo de Repressões Especiais (Tigre) e o canil da Polícia Civil vêm realizando em diversas unidades desde o começo do ano. O projeto “Anjos da Escola” procura orientar e aproximar a polícia dos estudantes.

Os alunos do Colégio Estadual assistiram à apresentação do Grupo Tigre e ainda a atuação de um cão farejador que atua na busca por drogas. “O cão pode localizar a droga nas roupas e mochilas dos alunos”, diz o coordenador do canil, Alfredo Müller. Ontem foi apenas uma demonstração, mas segundo o coordenador a intenção é atuar de verdade nas escolas, mediante autorização do Juizado da Infância e Adolescência.

Os estudantes aprovaram a presença da polícia. “É importante conhecer o assunto para não entrar nessa, pois sabe que vai ser prejudicial”, diz Leonardo Schadech, 17 anos. Segundo ele, é muito fácil conseguir drogas na escola. “É só conversar com umas duas ou três pessoas. Eles dão até amostra grátis”, diz. Mariane Luize, 15 anos, tem a mesma opinião. Ela conhece várias pessoas que usam e já ofereceram para ela. Explica que não quis porque sabia dos problemas que poderiam vir. “A gente relaxa nos estudos, faz mal para a saúde. Quem usa parece que leva a vida em outro mundo”, diz.

O presidente da União dos Conselhos Comunitários de Segurança do Paraná, José Augusto Soavinski, afirma que a idade com que os alunos estão tendo o primeiro contato com as drogas baixou de 14 anos para 11 e 12 anos. Por isso incentivou a criação do projeto “Anjos da Escola”, que inclui a participação de 75 conselhos comunitários e a Policia Civil.

Soavinski diz que os jovens dão sinais de que estão envolvidos com as drogas. Os mais significativos são a mudança brusca de comportamento. Eles começam a relaxar nos estudos, ficam debochados, agressivos. “Quando os pais perceberem isso devem procurar ajuda especializada”, aconselha.

O diretor do Colégio Estadual do Paraná, Wilson Roberto de Paula Souza, comenta que no início do ano eles tiveram problemas com drogas e até a Divisão de Narcóticos da Polícia Civil atuou no colégio. “Temos feito um trabalho preventivo e agora os alunos estão vendo que existe repressão às drogas. Agora a situação está sob controle”, diz. Até o dia 27 os alunos vão participar de palestras sobre o tema.

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