Cruzeiro do Oeste, no interior do Paraná, tornou-se uma das capitais dos dinossauros no Brasil. O título foi oficializado em 2024, quando uma lei reconheceu o município como “Vale Nacional dos Dinossauros” após a descoberta da primeira espécie do estado. Ao lado de Uberaba, em Minas Gerais, a cidade passou a atrair cientistas e turistas interessados em paleontologia.
Diferente de Uberaba, famosa pelos gigantes Titanossauros, Cruzeiro do Oeste revelou uma variedade de répteis do período Cretáceo que viveram no antigo Deserto Caiuá. A região ganhou destaque com o Vespersaurus paranaensis, o primeiro dinossauro identificado no Paraná. Pequeno predador de até 1,5 metro, ele caminhava apoiado em um único dedo. O Deserto do Caiuá tornou-se um tesouro fossilizado: um cemitério de répteis voadores.
Mas o Vespersaurus não foi o único achado relevante. Os primeiros fósseis, descobertos em 1971, eram de pterossauros, répteis voadores raros de serem encontrados em grandes concentrações. Mesmo assim, o material permaneceu pouco estudado até 2011.
Em 2014, esse pterossauro foi oficialmente descrito e recebeu o nome Caiuajara dobruskii, homenagem a Alexandre Dobruski e ao filho João Gustavo Dobruski, que encontraram os fósseis mais de 50 anos antes. A identificação impulsionou novas pesquisas e abriu caminho para outras descobertas na região.
Desde então, os cientistas identificaram mais duas espécies de pterossauros (Keresdrakon vilsoni e Torukjara bandeirae) e dois dinossauros: o próprio Vespersaurus paranaensis e o Berthasaura leopoldinae. As espécies chegaram a ganhar destaque internacional, aparecendo na revista National Geographic em 2017.
Veia de turismo
Aos moldes da cidade mais ao Sul, Cruzeiro do Oeste trabalha em um plano ambicioso para transformar seu patrimônio em motor turístico. As investidas mais recentes do município buscam fomentar o turismo e, em um futuro próximo, viabilizar a criação de um parque de dinossauros próprio, inspirado no modelo que já faz sucesso em Foz do Iguaçu.
A cidade realiza exposições temporárias com réplicas de dinossauros há alguns anos. Em 2024, por exemplo, a mostra que reuniu 11 réplicas móveis chamou atenção pela estrutura e pelo impacto popular, atraindo cerca de 150 mil pessoas ao longo do período de visitação.
Enquanto os planos do parque avançam, os visitantes já podem conhecer parte do passado remoto da região no Museu de Paleontologia Cruzeiro do Oeste. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h às 16h, e mantém entrada gratuita.
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