Polêmico

Secretário de Saúde do PR: “Temos a cloroquina, mas não quer dizer que eu concorde”

Beto Preto, secretário de Saúde do Paraná. Foto: Arquivo/André Rodrigues/Tribuna do Paraná.

O secretário de saúde do Paraná, Beto Preto, comentou, em entrevista à Gazeta do Povo, na última terça-feira (19), que mesmo não vendo eficácia, o estado já vinha disponibilizando para todos os pacientes com covid-19 a opção de tratamento com cloroquina e hidroxicloroquina. Isso mesmo antes da publicação de novo protocolo de orientação sobre o uso do medicamento pelo Ministério da Saúde, nesta quarta-feira (20).

“Todos os hospitais do estado que têm contrato com o SUS receberam cloroquina e hidroxicloroquina. As regionais de saúde também receberam. Além de repasses do ministério e de doações que recebemos, também fizemos compra própria dos medicamentos. Todos aqueles que tiverem indicação por algum profissional de saúde na sua receita médica terão acesso ao medicamento”, disse o secretário. “Estamos com o medicamento à disposição, o que não quer dizer que eu concorde que tenha toda a panaceia que dizem ter, mas quero insistir que estaremos disponibilizando o que for possível disponibilizar para o uso da medicação.Mas isso não tem se mostrado, do ponto de vista estatístico e de estudos científicos publicados, eficaz a ponto de ser o tratamento de escolha”, disse. “Quando você tem um tratamento com muitos medicamentos, é porque você não tem um tratamento fechado”, reforçou.

Para o secretário, o principal protocolo de enfrentamento da pandemia segue sendo as medidas de prevenção do contágio, com o distanciamento social, o uso de máscara e a atenção com a higiene. “Não temos vacina, os medicamentos ainda são objeto de estudo. O que há de concreto neste momento é se defender do inimigo invisível, com o isolamento domiciliar, o distanciamento social, o uso de máscara e o cuidado com a higiene de mãos, roupa, calçados ao retornar pra casa quando precisar sair”.

Ele reforça que, sem vacina e sem cura, a principal medida que as autoridades podem tomar é manter uma estrutura hospitalar adequada para os casos que necessitarem de internamento e, para isso, é preciso que a curva de contágio permaneça baixa no estado. “Temos que trabalhar com metodologia. E a metodologia científica nos dá base para continuar. Temos a situação econômica, claro, precisamos trabalhar isso também, com a retomada gradual de algumas atividades, mas insisto em dizer que, neste momento, ainda temos uma linha de equilíbrio no Paraná, mas o número de leitos ocupados cresceu e estamos preocupados com isso todos os dias”, concluiu.”


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