Abandono de túmulos preocupa Prefeitura

Pelo menos 860 túmulos de três cemitérios municipais de Curitiba foram abandonados em 2005 e 2006. A situação mais crítica era a do Cemitério Municipal do Água Verde, onde foram constatadas 704 sepulturas deterioradas neste mesmo período. Desse total, apenas 183 proprietários atenderam ao pedido da Prefeitura para que resolvessem o problema. Os outros 521 donos de túmulos perderam a concessão de seus terrenos para a Prefeitura por não realizarem as obras de revitalização.

O levantamento, realizado pelo município nos anos de 2005 e 2006, não abrangeu o Cemitério Municipal São Francisco de Paula (conhecido como Cemitério Municipal), apenas o do Boqueirão, o do Água Verde e o do Santa Cândida, os quatro cemitérios de responsabilidade do município. A pesquisa realizada no Água Verde é mais recente, de 2006. Já os trabalhos no Boqueirão e no Santa Cândida foram feitos em 2005. A diretoria do Departamento de Serviços Especiais de Curitiba não informou, porém, o total de túmulos e terrenos abandonados nestes dois últimos, mas informou que 164 proprietários foram avisados da situação, mas acabaram perdendo a concessão porque não resolveram o problema.

O diretor do departamento, Walmor Trentini, explica que a situação do Água Verde é a mais preocupante porque se trata de um cemitério antigo, com mais túmulos cujos donos já até se mudaram da cidade ou cujas famílias nem existem mais.

Segundo ele, há sepulturas no local com até 60 anos de existência. Lá há 11.300 túmulos no total. ?São muito poucos os casos em que a família abandona porque quer abandonar mesmo?, comentou. Trentini informou ainda que um levantamento está sendo programado para ser feito no São Francisco de Paula no segundo semestre deste ano. ?Mas já sabemos que no São Francisco há menos túmulos abandonados, pois ele é o mais visitado, o mais central e a sede dos serviços está lá, o que facilita a fiscalização?, disse. O São Francisco de Paula possui 5.700 sepulturas no total. No Boqueirão há 6.500 e, no Santa Cândida, 8 mil (e mais mil gavetas para indigentes ou carentes que podem deixar seus familiares sepultados por três anos no local).

900 famílias aguardam terreno para sepultamentos

Pelo menos 900 famílias curitibanas aguardam um terreno em um cemitério municipal. De acordo com o diretor do Departamento de Serviços Especiais da Prefeitura de Curitiba, Walmor Trentini, por conta dos levantamentos de túmulos abandonados e as perdas de concessões, o número de pessoas sendo chamadas vem aumentando. Segundo ele, quando a família é chamada, ela tem um prazo de seis meses para fazer a construção do jazigo.

A cada mês, 1,2 mil pessoas morrem em Curitiba. De acordo com Trentini, somente 600 são sepultadas na capital. Dessas 600, 300 são enterradas nos cemitérios municipais. As outras 300, segundo ele, acabam indo para as cidades da Região Metropolitana ou do interior do Estado. Dessa forma, são feitos, em média, cerca de 20 sepultamentos por dia, em Curitiba.

A Prefeitura não vende terrenos em cemitérios, mas sim, concede. Para conseguir a concessão, a família deve pagar R$ 350 para o município. A concessão é perpétua, salvo se o usuário abandonar o túmulo. Se isso acontecer, o município dá um prazo de 90 dias para que a família arrume os estragos – o aviso geralmente sai em edital público, que é publicado em jornais. Trentini explicou que a partir do momento que a família paga a taxa, passa a ser responsável pela sepultura. ?Passados esses 90 dias sem a família resolver o problema, o município reverte o título de concessão para ele e pode concedê-lo a outro proprietário?, explicou Trentini. A Prefeitura realiza levantamentos para verificar o abandono de túmulos pelo menos de cinco em cinco anos.

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